O período entre safras da Gucci –marcado pela saída e estreia de seu novo diretor criativo, programada para o segundo semestre –, continua sendo prolífico. O mais recente exemplo disso é a coleção de resort 2024 desfilada hoje (16/05) em Seoul, mesma locação escolhida pela Louis Vuitton recentemente (confirmando como a Coréia do Sul é um dos destinos da vez, não apenas pela sua relevância cultural, como mercadológica, claro). Afinal, coleções intermediárias são mais do que grandes apostas, elas servem como vitrine estratégica para lançamentos, aquecer vendas e causar buzz ao escolher locações fantásticas, como foi o caso do histórico palácio Gyeongbokgung.
E, enquanto a era Sabato de Sarno não vem, a estética da marca permanece tendo o maximalismo e o decorativismo como norte. Nota-se um elaborado exercício de reinterpretar os códigos mais clássicos da casa (o monograma e a faixa vermelha e azul) com uma pegada esportiva e ultra urbana, que revisita a história sem ser literal. Os acessórios são celebrados, as bolsas aparecem em quase todos os looks, com exceção daqueles que cruzaram a passarela segurando uma prancha de surf e skate – que parece ter entrado novamente no radar das marcas de luxo, se lembrarmos que a Chanel também colocou o item em seu resort.
Se de um lado há essa persona futurista, elaborada e quase sci-fi, do outro há um mix entre diferentes elementos esportivos, que vai das bikers aos bodysuits de surf combinados a longos vaporosos e tecidos ultra delicados. Essa dicotomia revela um desejo de brisa, aventura e experimentação, ingredientes-chave quando pensamos nas férias de verão. Um impulso, uma adrenalina, um desejo de dopamina, que perpetua todos os looks e fica explícito em um que remete à bungee jumping. Radical, ultra street e engenhosamente sofisticado.