Mesmo sem a atuação de Sabato de Sarno, o próximo diretor criativo, a Gucci manteve à risca sua agenda após a saída de Michele: desfiles separados por gênero e apresentados nas respectivas semanas de moda. Se o masculino causou um estranhamento maior por ser o primeiro sem um diretor criativo oficial, esse segundo foi mais digestivo. Afinal, a equipe deixada por Alessandra carrega seus códigos, mesmo que de forma mais limpa e menos barroca – apesar de algumas tentativas.
Nessa fase de transição, uma fórmula à prova de erros: olhar para seus principais pilares e os deixar bem explícitos. A logo, o sexy, os hits atemporais e o mix de passado e presente deram o tom. O que chamou atenção foi a que onipresente shoulder bag com fecho maxi da Era Tom Ford criada em 2004 – que ganhou o título de ‘it bag’ na época e quase 20 anos depois retorna em busca do mesmo feito –, ela surgiu em diferentes tamanhos e texturas em praticamente todos os 53 looks.
Por enquanto, a mulher idealizada da Gucci segue excêntrica, fã de misturas, brincando com modelagens, comprimentos e deslocando peças clássicas com seu indefectível toque brecholento — ponto para o styling repleto de sobreposições. A sensação final de continuidade nos deixa ainda mais curiosos para setembro: o que Sabato irá propor? Veremos uma Gucci totalmente diferente? Já estamos ansiosos.