O Salon d’Honneur do Grand Palais foi o cenário escolhido para encerrar este capítulo assinado pelo time interno da Chanel que trabalhou ao lado de Karl Lagerfeld e Virginie Viard ao longo dos últimos anos. Sei que a expectativa é grande para finalmente vermos a marca em um novo momento sob o olhar de Matthiue Blazy (que estreia em outubro), mas arrisco dizer: este foi um dos melhores desfiles já realizados pela equipe criativa da maison.
A começar pela inversão de proporções — os croppeds apareceram em alguns dos looks mais interessantes, em tops, jaquetas e blusas que revelavam apenas uma faixa de pele. Esse frescor era necessário. Com as saias alongadas que estendiam a silhueta, as fendas foram bem-vindas, garantindo um movimento mais livre e fluido.
As botas cuissarde brancas, que subiam até a coxa, também evocavam aquela mulher Chanel da era Lagerfeld. Outro highlight: o bloco das saias tipo tulipa, drapeadas — que, inclusive, poderia ter sido ainda mais explorado. Franjas, volumes amplos e até mesmo o tweed-assinatura foram pensados para ganhar vida em movimento.
E movimento, como sabemos, é exatamente o que se espera — e se deseja com urgência — neste novo momento da Chanel. Mesmo esse tempo de entressafra teve seu valor. E, claro, sua beleza.