RIO DE JANEIRO, 31 de maio de 2010 Por Luigi Torre (@luigi_torre)
Em sua segunda apresentação no Fashion Rio, a Patachou não quer mesmo ser lembrada como uma marca focada no tricô. Tanto que para o verão 2011 ele vem disfarçado, ou coberto por outros materiais tecnológicos. Erika Frade, estilista responsável pela direção de estilo, continua a explorar aquela imagem mais sofisticada, dotada de uma certa agressividade. Dessa vez quem dá o tom é o fotógrafo Nick Knight. Do seu livro Flora (1997) saem as estampas quase abstratas, e de sua predileção e recorrente uso de tratamentos de imagens, sai a desculpa que embala o clima futurista. Silhueta próxima ao corpo, comprimentos curtos, muitos tomara-que-caia e decote um ombro só ganham clima futurista bem de leve. Isso, graças aos tecidos sintéticos, de aspecto lustroso, que dão forma estruturadas as partes debaixo – com destaque para as boas saias evasê de cintura alta que aparecem em diferentes cores ao longo do desfile. Os tricôs vêm agora texturizados – em casa de abelha (foto 18) ou como telas esportivas (foto 07) – geralmente bem rentes ao corpo. Tecidos mais finos, como organza ou tule, ganham dublagem de neoprene para reforçar a estética tecnológica da coleção. O resultado é neutro. Nem bom, nem ruim. Com idéias um tanto batidas, a marca parece ainda estar passando por uma transição em busca de uma nova identidade.
