RIO DE JANEIRO, 30 de maio de 2010
Por Erika Palomino (@erikapalomino)
Melk Z-Da fez uma passarela estreitinha, mas isso não impediu que os editores apertassem os olhos para entender melhor cada imbricado detalhe da coleção.
Que materiais eram aqueles? De onde saiu essa manga? O que tem por baixo dessa transparência? Onde está amarrada essa fita? As respostas você confere na entrevista feita pós-desfile; aqui fica a emoção de ver um desfile forte, firme, corajoso. Tomando como referência danças regionais brasileiras em processo de extinção, o pernambucano se vale do branco para resetar seu estilo. E deu certo. Vermelho e cores fluo acendem delicadamente os looks. Nada de folclore tem ali. Ao contrário, um experimentalismo que finalmente encontra seu lado mais acessível e comercial. Tem roupa e desejo, seja na camisaria, nos vestidos, nas calças e shorts. Um pouco militar, um pouco masculina; feminina no jeito de revelar o corpo que, por conta dos recortes e vazados se torna parte do look: a pele negra gráfica sobre o branco. Melk lida com texturas, superfícies, volumes e arquiteturas simplesmente se jogando, tanto nos tecidos nobres como o chiffon e a seda quanto nos tapetes de banheiro e de toalha de mesa (aqueles jogos americanos, de bandeja). Paetês e brilhos “abafados”, tênis avonts, óculos falsificados, tecno, rock’n’roll e esportivo. Pastilhas e pérolas, bordados e rendas. Aqui, a imagem vale mais do que estas palavras, então fica o convite para clicar, foto por foto, o energizante desfile de Melk Z-Da.