Por Augusto Mariotti
17.jan.10
Se existe uma marca que conhece seu consumidor, com certeza é a Colcci. Os resultados da grife sob gestão do grupo AMC Têxtil não é medido pelo número de páginas nas principais
revistas de moda, muito menos em críticas positivas nos sites especializados. O sucesso da Colcci está no (alto) número de vendas – motivo do sorriso estampado no rosto de Alexandre Menegotti a cada ovação que acompanhava os looks vestidos por Alessandra Ambrósio, Izabel Goulart e Cauã Reymond. Vendas garantidas.
A fórmula nem é tão secreta assim. Olhar atento para o que jovens estão usando nas ruas do Brasil e antena ligada nas principais vontades do momento são requisitos básicos. O resto é só um exercício de adaptação. Os tricôs de pontos largos, aspecto rústico e formas super confortáveis que começam a despontar como forte tendência do verão 2010 internacional, já aparecem aqui nas formas de maxi pulls, ou pulôveres de modelagens amplas. O militarismo aparece forte no uso de verdes e detalhes nas boas jaquetas jeans, que trazem trabalhos interessantes de volumes nas golas e mangas. E o sexy vem traduzido nos jeans skinny com lavagens detonadas e nos comprimentos mini.
Aliás, todo aquele clima naturalista que promete dar o tom nas próximas estações serve como denominador comum desta coleção. Daí vem as falsas peles, os tecidos com acabamento detonado ou bruto, os tie-dyes apagados nos longos vestidos de seda e os veludos molhados, que acabaram não funcionando muito bem.
Em termos técnicos, a coleção pode ser vista como uma evolução dentro do histórico da Colcci no SPFW e até mesmo no Fashion Rio. Ainda que algumas peças ainda deixem a desejar em alguns aspectos – seja nos comprimentos muitos curtos, decorações desnecessárias, mau acabamento –, a imagem final mostra uma preocupação maior em acrescentar informação de moda às roupas e ter uma certa adequação com o clima da moda global. E lógico, tudo isso sem perder o foco no consumidor final. Afinal, são eles, e não esta crítica, que fará diferença no balanço final da marca.
Direção criativa: Jessica Lengyel
Styling: Giovanni Frasson
Direção de desfile: Ruy Furtado
Beleza: Max Webber
Trilha: Zé Pedro