Baratos para quem? CEO da Live Nation diz que os ingressos estão “subvalorizados”
Enquanto fãs enfrentam altas históricas e parcelamentos, promoções tentam esgotar setores encalhados.
Enquanto fãs enfrentam altas históricas e parcelamentos, promoções tentam esgotar setores encalhados.
Baratos para quem? CEO da Live Nation diz que os ingressos estão “subvalorizados”
Enquanto fãs enfrentam altas históricas e parcelamentos, promoções tentam esgotar setores encalhados.
Enquanto fãs enfrentam altas históricas e parcelamentos, promoções tentam esgotar setores encalhados.
Os ingressos de shows estão caros demais – ou baratos demais? Em abril desse ano A FFW já havia reportado como os preços dispararam no Brasil e no mundo, redefinindo a ideia de acessibilidade na música ao vivo.
Michael Rapino, CEO da Live Nation, gigante do entretenimento, parece ver outro cenário: que os ingressos ainda estariam mais baratos do que deveriam. Para ele, o preço médio de US$ 72 (aproximadamente R$ 386) por show seria baixo quando comparado a NBA, onde valores muito mais altos são tratados como status. Mas os dados da Pollstar mostram outra realidade: em 2024, o ticket médio das 100 maiores turnês mundiais foi de US$ 135,92 (aproximadamente R$ 728), quase o dobro da estimativa de Rapino. E mesmo com preços recordes, a arrecadação caiu quase 7% em relação ao ano anterior, com menos público e mais cancelamentos de turnês.
A contradição fica evidente em exemplos recentes. Em São Paulo, a turnê de Dua Lipa precisou recorrer a descontos de até 60% para encher setores encalhados, revelando que a barreira não é de “falta de fãs”. Ao mesmo tempo, artistas como Beyoncé montam produções de escala quase olímpica – a cantora chegou a levar 62 caminhões de equipamento em sua última turnê – o que pressiona os custos e serve de justificativa para preços mais altos. Ainda assim, para o público, o resultado final continua sendo um ingresso que pesa no orçamento. No carrossel, o que pensam algumas pessoas de nossa comunidade.
Entre a narrativa otimista da indústria e a experiência real dos consumidores, o dilema fica aberto: os shows estão realmente baratos, como sugere Rapino, ou estamos vivendo uma elitização da música ao vivo que ameaça a própria essência coletiva dos shows?