A Maison Margiela anunciou um novo projeto inovador denominado “Line 2”, que visa aprofundar a relação da marca com a comunidade e o universo das artes. A estreia dessa linha será marcada por uma instalação dos artistas coreanos Heemin Chung e Joyul, programada para ocorrer durante a Frieze em Seul.
Esta iniciativa transcende a mera oferta de vestuário e acessórios. Propondo uma reflexão sobre os elementos que sustentam o fascínio pela marca: as narrativas e conceitos que permeiam cada criação. Gaetano Sciuto, CEO da Maison Margiela, enfatiza que a proposta vai além do consumo tradicional, buscando construir vínculos e promover um senso de pertencimento entre os participantes, segundo o Hypnotique.
A “Line 2” é uma extensão do sistema numérico distintivo da Maison Margiela, que há mais de três décadas classifica diferentes categorias de produtos, como calçados, fragrâncias e coleções de passarela. O número 2 agora simboliza experiências que não se concretizam em produtos tangíveis, mas sim em colaborações e ativações culturais.
Essa movimentação da Maison Margiela reflete uma tendência crescente entre as casas de luxo, que têm intensificado parcerias com artistas visuais, músicos e performers. Um exemplo é a Dior, que incorporou obras do artista Chardin em seu desfile masculino. Enquanto a Celine proporcionou entradas gratuitas para exposições no Centre Pompidou. No caso da Margiela, o lançamento da “Line 2” em Seul representa um passo inicial promissor, sinalizando uma abertura para futuras iniciativas semelhantes.

Reação positiva
Desde sua fundação, a Maison Margiela construiu uma reputação como uma casa enigmática e vanguardista, caracterizada pela desconstrução estética e pelo anonimato. Elementos como réplicas de artefatos de design, reciclagem de peças vintage e experimentação com formas são fundamentais na sua narrativa visual.
A chegada de Glenn Martens à direção criativa trouxe um novo vigor à marca. Embora a “Line 2” já estivesse em desenvolvimento antes de sua entrada, o estilista abraçou essa proposta como uma plataforma criativa que vai além das passarelas. Para Sciuto, Martens está “100% alinhado” com a visão da Maison Margiela.
O debut do estilista na alta-costura foi recebido com grande entusiasmo ao equilibrar a tradição conceitual da marca com imagens visualmente impactantes. Ademais, máscaras douradas e prateadas amassadas apresentadas no desfile simbolizam a tensão entre anonimato e espetáculo.