Julia Mestre: entre vampiras, serpentes e feitiços sonoros, artista transforma vulnerabilidade em poder
A alquimia entre sombra e luz guia o disco mais íntimo e ousado da dantora até agora, misturando disco, pop oitentista e referências cinematográficas em onze faixas.
Julia Mestre: entre vampiras, serpentes e feitiços sonoros, artista transforma vulnerabilidade em poder
A alquimia entre sombra e luz guia o disco mais íntimo e ousado da dantora até agora, misturando disco, pop oitentista e referências cinematográficas em onze faixas.
Entre melodias sussurradas, personagens sensuais e uma estética que mistura pop, mistério e teatralidade, Julia Mestre marca uma guinada sonora e visual em “Maravilhosamente Bem”, seu terceiro disco solo. “Comecei a escrever ‘Maravilhosamente Bem’ nos meus cadernos como uma afirmação mágica, mesmo quando eu não estava me sentindo assim”, conta ela em entrevista à FFW. Entre vampiras, serpentes e feitiços sonoros, Julia transforma vulnerabilidade em poder. “Esse disco me puxou para cima. Foi como me exorcizar e me reconstruir.”
A matéria é ilustrada por um ensaio inédito clicado por Wallace Domingues, que traduz em imagem a atmosfera encantada da atual fase da artista.
QUEM É JULIA MESTRE?
Artista brasileira que transita entre a música, o teatro e a performance, Julia Mestre nasceu no Rio de Janeiro e descobriu o palco ainda criança, aos 10 anos, por meio do teatro. Aos 16, iniciou sua relação com a música em um processo gradual e apaixonado. Além da carreira solo, integrou o grupo Bala Desejo, projeto que lhe deu projeção nacional e rendeu um Grammy Latino em 2022. Desde então, Julia tem construído uma trajetória marcada pela fusão de linguagens.
UMA MÚSICA PARA COMEÇAR: “SOU FERA”
A faixa condensa tudo o que ela está explorando: força, dualidade e transformação. Com batidas inspiradas no pop-disco dos anos 80, sintetizadores e baixo, a canção carrega uma energia dançante e nostálgica sem cair em clichês. Ao mesmo tempo, a letra sobre manter uma armadura de força no palco, mas abraçar fragilidades por dentro revela a escrita sensível e confessional de Julia.
ÁLBUM PARA CONHECER: “MARAVILHOSAMENTE BEM”
Julia entrega aqui seu trabalho mais ousado e visceral até agora. O álbum nasce de um processo íntimo de transformação e, como ela mesma descreve, é um feitiço de proteção, desejo e afirmação. As faixas exploram o universo do pop dos anos 80 com alma brasileira: tem orquestra, tem synth vintage, tem soul, tem brilho tudo envolto em letras que falam de força, vulnerabilidade, amor, desejo e libertação. A produção, feita por Julia ao lado de Gabriel Quinto, Gabriel Quirino e João Moreira, é cinematográfica e detalhista. O destaque vai para faixas como “Maravilhosamente Bem”, que abre o disco como uma espécie de mantra poderoso, e “Vampira”, uma viagem noturna entre o delírio e a autonomia feminina.
A ESTÉTICA
Seu estilo é uma extensão direta do som e da emoção que o alimenta: retrô, misteriosa, feminina e profundamente performática. Inspirada pelo cinema dos anos 70 e 80, pelos videoclipes clássicos e pelo teatro, a artista cria um universo visual em que cada elemento, figurino, luz, textura, personagem carrega significado e simbolismo.