Tem coisa que a gente precisa ver com tempo. E, às vezes, também com o corpo inteiro: caminhar, escutar, respirar, encostar na parede, entender o porquê de um vão, o peso de um mobiliário, a textura de uma escultura ao ar livre. É nessa pausa que certos espaços culturais se impõem, não como vitrines, mas como percursos. 

Selecionamos alguns centros e instituições espalhados pelo Brasil que não são só destinos turísticos ou listas de “lugares para ir”. São pontos de fricção entre arte, arquitetura, design e território, e ajudam a entender onde estamos pisando.

Qual deles você já visitou? 

Inhotim (MG)
Por lá, você encontra instalações permanentes em contato com a mata. Pense em Jardins de Burle Marx, obras de Tunga, Lygia Pape, Adriana Varejão… Um verdadeiro museu a céu aberto que exige deslocamento e entrega.

Parque dos Irmãos Campana (SP)
No interior de São Paulo, em Brotas, o novo projeto dos designers propõe um centro para experimentação, formação e memória sobre o cerrado e a Mata Atlântica, por meio do mobiliário, arquitetura e acervo.

Casa de Vidro (SP)
Projetada por Lina Bo Bardi nos anos 1950, abriga hoje o Instituto Bardi. É um marco da arquitetura modernista e um lugar para pensar o espaço doméstico como extensão da paisagem.

Instituto Ricardo Brennand (PE)
Entre o castelo, o acervo de armas, a pinacoteca, a biblioteca, as tapeçarias e as obras de arte brasileira e europeia, o Instituto é considerado uma das principais instalações museológicas do Brasil e chegou a ser eleito o melhor museu da América Latina pelo TripAdvisor. Um conjunto que tensiona história e poder.

Centro Cultural Oscar Niemeyer (GO)
Curvas, rampas e horizonte marcam o Centro Cultural Oscar Niemeyer. Projetado por Niemeyer, o espaço reúne artes visuais, cinema e leitura, com o Museu de Arte Contemporânea, o Palácio da Música Belkiss Spenzieri, a Esplanada JK e uma biblioteca.

Sítio Roberto Burle Marx (RJ)
Com mais de 3 mil espécies vegetais, o sítio que foi casa e laboratório de Burle Marx é também um lugar para pensar ecologia, paisagismo e permanência.

Casa das Canoas (RJ)
Residência projetada por Niemeyer na década de 1950. Combina linhas orgânicas, integração com a natureza e a sensação de que arquitetura também pode flutuar. O espaço foi palco de cenas de novelas e editoriais de moda de revistas do mundo todo. 

Casa de Jorge Amado (BA)
No Pelourinho, a casa que hoje é fundação guarda acervos, correspondências, manuscritos e a memória do autor que, pela literatura, criou uma Bahia que atravessou o mundo.

Fundação Iberê Camargo (RS)
À beira do Guaíba, em Porto Alegre, o prédio de Álvaro Siza abriga o acervo de Iberê e recebe mostras de artistas contemporâneos em diálogo com o entorno.