Falar de sutileza atualmente tem sido um trabalho árduo num momento em que o instagramável dói aos ouvidos – mas ainda alcança mais visibilidade e se torna um fetiche do algoritmo –, mas uma série de marcas tem se dedicado a mostrar essa outra face. A Lemaire lidera esse time, com toda a certeza.
No backstage, Christophe Lemaire disse ao lado de sua dupla Sarah Linh-Tran que ele estava olhando muito para como homens e garotos da new age se vestiam, adicionando um toque de hippie e algo que me chamou atenção “não sei explicar, mas sinto que imaginei um certo toque de espiritualidade”.
E o espiritual pode ser lido de muitas formas, claro, mas é invisível, então como materializar isso? A dupla fez uma série de sobreposições, uma languidez na silhueta e uma poesia etérea. São bons exercícios de styling, claro, mas também a preocupação de sempre revelar o que são aquelas pessoas idealizadas para além da imagem.
Há sofisticação no dito e também no não dito, me tornei repetitivo nessa temporada, mas é crescente o número de marcas que buscam não ser a imagem viral do dia, mas esse lugar de conforto e, de certa forma, de paz.