Por que o guarda-roupa de The Sopranos nunca saiu de moda
O FFW mergulha no figurino de The Sopranos e revela por que a estética mafiosa ainda dita tendências em 2025.
Por que o guarda-roupa de The Sopranos nunca saiu de moda
O FFW mergulha no figurino de The Sopranos e revela por que a estética mafiosa ainda dita tendências em 2025.
Muito antes dos feeds serem tomados por moodboards de ‘‘blokecore’’ e ternos vintage combinados com regatas, The Sopranos (Família Soprano) já tinha moldado a estética “mafiosa glamourosa”: involuntariamente kitsch, intencionalmente maximalista e muito bem-humorada. A série da HBO, que redefiniu a televisão desde sua estreia em 1999, também pavimentou o caminho para uma nova iconografia do estilo masculino por meio do figurino realista do mafioso suburbano da Nova Jersey de época, criado por Juliet Polcsa.
Tony Soprano, com suas camisas bowling de colarinho contrastante, polos de tricô estampadas, roupões melancólicos e relógios Rolex, virou sem querer um ícone de estilo. O mesmo aconteceu com outros personagens como Carmela, a personificação da “mob wife”.
Tony Soprano (James Gandolfini)

O estilo de Tony é o ápice da estética mob boss dos anos 1990 e início dos 2000: camisas de boliche estampadas, calças folgadas de alfaiataria e robes de seda que exalam autoridade mesmo no conforto do lar. É um guarda-roupa de excessos contidos, nada muito chamativo, mas sempre caro, alinhado ao que se espera de um homem que domina tanto a sala de jantar quanto a sala de estar. A ostentação está no caimento.
Carmela Soprano (Edie Falco)

Carmela é o puro power dressing suburbano: conjuntos monocromáticos da St. John, blusas de cashmere, brincos de ouro em tamanho considerável e mechas loiras meticulosamente cuidadas. Seu estilo mistura tradição católica com o glamour de quem entende que status também se veste – é a Jackie Kennedy do norte de Jersey, com um toque de spray fixador.
Christopher Moltisanti (Michael Imperioli)

Chris flutua entre o aspirante a mafioso old-school e um garoto ansioso por hype. Sua evolução estilística vai dos suéteres Ralph Lauren e moletons com zíper a ternos mal cortados que tentam imitar Tony, sem nunca alcançar o mesmo peso. É o look de quem quer ser levado a sério, mas ainda veste a insegurança nos ombros.
Paulie Walnuts (Tony Sirico)

Paulie é praticamente um personagem de moda à parte. Seus conjuntos de veludo esportivos (quase sempre combinando com os tênis brancos) viraram estética por si só, antecipando em décadas o retorno do tracksuit como uniforme cool. Detalhe: os cabelos laterais perfeitamente platinados são parte do styling.
Silvio Dante (Steven Van Zandt)

Sempre de terno escuro, camisa vibrante e cabelo engomado como um monumento. Silvio é o mais ‘‘corporate mafioso’’ do grupo, com uma silhueta que parece ter saído de um episódio perdido de Mad Men, só que com o brilho de um cassino de Atlantic City. É o mafioso com estética de maître de restaurante cinco estrelas.
Adriana La Cerva (Drea de Matteo)

Adriana é o auge do mob girlfriend style: calças de cintura baixa, animal print, tops colados e bolsas com logomania. Seu figurino antecipa a era Y2K sem ironia, num combo que hoje seria recriado por stylist da GCDS ou Blumarine. Ela é quem mais se aproxima da estética da moda contemporânea, mesmo sem querer.
Meadow Soprano (Jamie-Lynn Sigler)

Meadow começa com um visual colegial despretensioso – jeans largos, camisetas básicas – e vai refinando o estilo à medida que cresce, adotando suéteres mais discretos, camadas e tons neutros. É um estilo ‘‘liberal arts college’’ com toque Jersey, tentando escapar da estética da família sem nunca cortar totalmente o fio.
Furio Giunta (Federico Castelluccio)

Direto de Nápoles para Jersey, Furio tem um visual de mafioso europeu que parece ter saído de um desfile da Versace dos anos 90. Camisas estampadas, cabelo longo preso num rabo de cavalo impecável, joias de ouro e presença intimidante – ele mistura drama e sensualidade numa estética que hoje flerta com o maximalismo.