Jonathan Anderson adora vasculhar suas memórias, especialmente da infância: ele já flertou com a Polly Pocket, com o efeito pixelado do videogame, com bexigas (infladas e murchas), roupas que remetiam a massinha, sapatos que lembravam os da Minnie e da Margarida, clutches com formato de pombo e até mules de sapo.
Mas a coleção desfilada hoje, o diretor criativo da Loewe parece ter ido para uma outra perspectiva: as cinturas super altas, que encurtavam o tronco e alongavam as pernas, pareciam mostrar como crianças enxergam adultos. A atitude das modelos bem enrijecida, com as mãos na cintura também revelavam essa austeridade.
São roupas para gente grande, adultos de verdade: blazers, suéteres, calças de alfaiataria, camisas, bolsas no ombro e uma cartela bem sóbria. As pistas desse amadurecimento apareceram antes no masculino, mas se lá tinha brilho, aqui tem couro e camurça. Os tricôs-casulos são as únicas brincadeiras que faz com as proporções – já que não há espaço para brincar num guarda-roupas tão comedido e vida real.