A Couture da Chanel começou com Charlotte Casiragi (filha da Princesa de Mônaco e neta de Grace Kelly) à cavalo e portando um conjunto de hipismo em paêtes. O cenário assinado pelo artista contemporâneo francês Xavier Veilhan, de passarela de areia, faz referência a um estábulo, e entrega a grande inspiração da coleção.
Tem algo sobre as belas garotas Chanel sobre cavalos que é igualmente aristocrático e imponente, e muito em sincronia com a visão de Virginie Viard para a Chanel. À medida que ela amadurece sua visão na marca, é possível perceber como Viard reimagina o universo feminino de Coco Chanel - também apaixonada pelo por cavalos - e traz de volta uma feminilidade genuína para a casa francesa. Substituir Karl Lagerfeld não é um trabalho fácil, mas com um pouco de desapego é fácil apreciar a nova imagem da Chanel nas mãos de Virginie Viard.
Apesar da inspiração equestre, o que não vemos aqui são looks literais, menos que roupas de hipismo, a Chanel nos mostra uma coleção para assistir à competições de hipismo com a mais alta aristocracia europeia. Clássicos da Chanel como o tweed são reimaginados com uma pegada mais casual e moderna, como a jaqueta biker em tweet off-white, os conjuntos, casacos e vestidos são acinturados, com uma silhueta marcada e mais estruturada (uma imagem de moda que tem se mostrado dominante na temporada). Plumas e listras aparecem com frequência nesta coleção, mas o destaque fica para os vestidos, que realmente trazem uma inovação na imagem de moda da marca, com novas silhuetas e estamparias, igualmente sofisticada e ousada.
A imagem rocker, de uma garota parisiense com um toque de rebeldia, mostrada nas últimas coleções de Viard, ainda está aqui, mesmo na Alta-Costura: os olhos pretos e marcados denunciam, bem como a seleção marcante de looks em preto.