Eu tenho uma coisa pra falar sobre esse desfile dos Meninos Rei: FUNDAMENTOOOO.
Pra quem não teve o privilégio de presenciar ao vivo, acho que o video é suficiente pra mostrar a catarse que a marca de Céu e Junior Rocha causou na passarela.
A energia a gente sentia bem antes do desfile começar. Pessoas usando roupas feitas cm tecidos africanos, uma mistura de cores e corpos enriqueciam a sala de desfile e demonstrava o amor à marca, criando assim um burburinho, uma coisa no ar que a gente não vê, mas sente.
Assim que o desfile começou, foi catártico do começo ao fim, cada look uma peça única, um luxo com história, com reverência a tanta coisa. Uma saudação à Bahia, ao candomblé, à ancestralidade, à cultura e história negra, à moda, uma moda feita para os novos tempos, com um casting diverso e roupas que vestem corpos também diversos.
É muito interessante como eles usam o tecido africano, potencializando sua exuberância e beleza com modelagens oversized e um trabalho único de patchwork.
A marca Meninos Rei foi fundada há sete anos em Salvador e passa agora por um merecido ápice. Eu convido vocês a ficar de olho porque o trabalho deles é realmente emocionante e verdadeiro. O camarim estava uma loucura, com câmeras de TV, repórteres, jornalistas, fãs, as pessoas estavam extasiadas. E isso não é algo que vemos todo dia na moda.
Numa entrevista que consegui fazer no meio do caos, os meninos dão o recado: "queremos falar pra moda que chega, já deu . A democracia precisa existir e a representatividade precisa ser instalada. Nossa ancestralidade merece respeito e nossa roupa fala sobre isso”. Um presente pro SPFW e pra moda brasileira. (Camila Yahn)