Flavia Aranha fez sua estreia no SPFW mostrando um belíssimo resumo do que se trata sua moda. Não apenas do ponto de vista da imagem, mas tentando encaixar em seu desfile todos os principais pontos de seu processo.
A começar pelo amor aos tecidos naturais. Que ela colore com pigmentos igualmente naturais, que prepara em sua cozinha mágica do ateliê. Tudo é testado e misturado em um tipo de alquimia de tons. O tafetá de seda tingido com pau-brasil é especialmente bonito. A procedência e a preocupação ambiental são bases de sua trajetória. A transparência é para Flavia algo que vai muito além do efeito de um material, é mostrar à consumidora como a roupa que ela veste foi feita.
O artesanal é outro fundamento. A mão-de-obra é especializada, delicada e tratada com dignidade. Ao fim do desfile, uma equipe numerosa entrou na passarela. Para além dos direitos, respeito e boas condições trabalhistas, todos receberam também os aplausos pelo resultado de um esforço coletivo.
Nada disso se faz sem boas parcerias, com fornecedores idôneos, conectados aos mesmos valores, e com outros criadores que pensam no mesmo sentido. As lindas sandálias do desfile, por exemplo, são assinadas por Lane Marinho, designer amiga e parceira da estilista. Destaque para o trabalho de Lane com juta natural, ao mesmo tempo simples e sofisticado, exatamente como a moda de Flavia.
A coleção mais bonita do evento, um sopro de beleza, ética e honestidade. (Vivian Whiteman)




























Foto: Zé Takahashi / Ag. Fotosite




























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