O verão 2018 da Triya fala de um Brasil redescoberto. O ponto de partida do desfile foi o poema de Oswald de Andrade ‘Erro de Português’ que fala sobre o europeu chegando no Brasil. "Quando o português chegou debaixo duma bruta chuva vestiu o índio. Que pena! Fosse uma manhã de sol, o índio tinha despido o português”.
A estilista Isabela Frugiuele explora o Brasil pelo olhar dos colonizadores portugueses, com tramas, cores e estampas inspiradas na exuberância da natureza do país.
Vendo o Brasil com o olhar de fora, nossa fauna e flora tropical inspiram formas e estampas. Peças da vestimenta íntima usada na Europa, como corselet e espartilho, foram reconstruídos com armações e lycra para a moda praia esperta e jovem da Triya.
Entram construções artesanais como trecê, tramas de palha e macrame para construir as novas silhuetas da marca, que incluem biquinis com estrutura de ‘fraldas’ típicas de Portugal de 1500, com elementos da nudez total encontrada aqui.
Parcerias interessantes permearam a coleção, que teve sapatos da Schutz e biquinis em jeans reciclado em parceria com a Damn Project.
Um dos aspectos mais singulares da coleção é que não há apenas uma cartela de cores ou um trabalho único de tecidos. Entram estilos contemporâneos, como um maiô de rede em tons de nude e detalhes em neon, um biquini metalizado e até uma camiseta com estampa de fontes góticas. Essa construção de coleção é atual e reflete o momento da moda. Parte de uma inspiração mas também incorpora os desejos dos consumidores com pluralidade.
"Não temos uma mensagem política. Sentimos necessidade de vestir essa história. Fomos para a Amazônia e voltamos apaixonados. O mínimo que podemos fazer é espalhar a mensagem para que não destruam a nossa floresta”, explicou Isabela (JORGE GRIMBERG).