O mundo da moda foi surpreendido na última sexta-feira (17/12) com a notícia do pedido de demissão de Carine Roitfeld, que deixou o posto de editora-chefe da “Vogue Paris” depois de 10 anos de uma bem-sucedida parceria.

Tão bem-sucedida que é difícil desvincular as figuras de criadora e criatura (ou, no caso, de editora e editada); desde que assumiu o lugar de Joan Juliet Buck, em 2001, Roitfeld moldou a revista a sua imagem e semelhança _luxuosa, ousada, sensual e provocativa.

Ex-modelo, ela chamou a atenção da Condé Nast, que publica a “Vogue Paris”, devido ao seu trabalho como stylist na santíssima trindade ao lado do estilista Tom Ford e do fotógrafo Mario Testino. Musa de Ford, Roitfeld o acompanhou em sua passagem pela Gucci e YSL e, juntos, criaram as imagens de moda com forte apelo erótico que se tornaram suas marcas.

Já na “Vogue Paris”, ela não deixou de lado o trabalho que a fez famosa e assinava o styling de vários editoriais, ponto forte da publicação. Uma reportagem da “New York Magazine” publicada em 2008 explica seu método de trabalho: primeiro, é a escolha da modelo e, depois, da história; só então vêm as roupas. “Eu crio um filme na minha mente. Quem é essa garota?”, Roitfeld diz. “Alguns editores, eles têm aquilo, eles conhecem todos os estilistas de desde o começo do século 19. (…) Talvez eles tenham frequentado escolas de moda. Eu, não. Eu só tenho um feeling sobre o que é exciting. Tudo vem simplesmente de feeling. Então eu não sei (…) eu acho que talvez eu tenho um talento”, ela analisou.

Em 2009, Carine foi 1 das personagens “dissecadas” pelo quadro “Revealed”, da rede americana CNN. O programa, dividido em 3 partes, mostra parte da rotina da editora, seu processo criativo e ainda contra com declarações de profissionais renomados (veja os vídeos no You Tube).

Em entrevista concedida à jornalista Cathy Horyn do “New York Times” pouco após o anúncio do pedido de demissão, ela explicou sua decisão: “Faz 10 anos que eu sou editora da revista. Eu acho que é hora de fazer algo diferente”. Carine ainda afirmou que sua saída foi amigável: “Eu não tenho problema algum com Jonathan (Newhouse, diretor executivo da Condé Nast International) e ele me entendeu muito bem”; e revelou seus planos para o futuro: “Eu não tenho plano nenhum”.

Enquanto não sabemos qual será o próximo passo de Carine Roitfeld nem o nome da pessoa que vai substituí-la, relembre alguns momentos marcantes da editrix + “Vogue Paris”: