Aposta musical de 2011, Juliana R lançou no final do ano passado seu disco de estreia, “Juliana R”, pela gravadora YB _que também abriga Nina Becker e Rômulo Fróes sob seu guarda chuva. O CD compila canções que acompanham a cantora há anos. “Algumas músicas eu fiz há muito tempo, estavam guardadas. Outras, como Dry These Tears e Viagem, eu fiz pra completar o disco”, explicou em entrevista ao FFW.
O apreço de Juliana por São Paulo — ela veio para a capital paulista para tocar — aparece na melancolia latente de suas canções, presente também em sua voz (de timbre marcante). Mas não se engane: sob a franja nouvelle vague e aparência frágil vive uma garota-enxaqueca de língua afiada; é aí que o álbum oferece seus melhores momentos, como “Fuga” e “Vou Ver, De Repente”.
“Geralmente, vou escrevendo minhas ideias num caderno e aí com o tempo eu vou ajustando as letras pra alguma melodia, montando aos poucos. Tem música que é bem autobiográfica, já outras eu acabo inventando alguma história. É como se eu as ouvisse na minha cabeça e daí tento concretizá-las”, conta.
Constantemente inclusa (sem querer) dentro de uma “cena folk paulistana”, ela explora uma ampla gama de gêneros no disco. E se torna mais interessante ao se afastar do folk, como em “Dry The Tears”, onde flerta com o reggae, ou no ar britpop de “Longe”.
“Foi intencional!”, explica. “Como era o primeiro disco, queria experimentar várias sonoridades, tinha curiosidade sobre o resultado final. O Fábio teve uma colaboraçao importante nisso, tanto que tocou vários instrumentos, me ajudou bastante. Foi meio ‘vamos ver no que vai dar’. Chamei vários músicos também que achei que colaborariam de uma forma positiva”.
Questionada sobre a falta de ambição desta geração de músicos _apontada por Rômulo Fróes_ Juliana Erre discorda. “Claro que tem, senao ninguem ainda estaria gravando música”. Sobre dedicar seu tempo e vida a uma carreira, ela é categórica. “Eu apenas faço o que gosto”.
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