Por Leo Belicha, Pedro Palomino e Rodrigo Reis, em Londres

Uma das marcas mais fortes do cenário fashion, a Burberry sempre é o desfile mais esperado da semana. Considerada a representante da estética britânica, a marca ganhou uma apresentação de proporções enormes, capitaneada por Christopher Bailey, diretor criativo da grife.

Numa tenda gigantesca montada no meio do Kensington Gardens, o evento tinha clima de red carpet: havia uma área reservada para o público em geral, somente para que pudessem assistir e fotografar a chegada dos convidados famosos. Poderíamos estar na entrega do Oscar ou na abertura do festival de Cannes, provando a interação da moda com a cultura do tapete vermelho.

Ao entrar, nos deparamos com um cenário minimalista e com uma trilha sonora dos anos 60. Enquanto olhávamos os fotógrafos, enlouquecidos tendando capturar imagens das celebridades na primeira fila, Dusty Springfield cantava ao fundo criando certa melancolia.

A cantora Adele aparece e continua a linha 60, cantando ao vivo os clássicos da era. Entram looks em cores ácidas, como laranja, e com acessórios combinando. A imagem nos remete a Jean Shrimpton, musa e inspiração para a nova estação da grife. O corte é simples, utilitário e militar, com variações do trench-coat, peça institucionalizada pela grife ao redor do globo. Laranjas, verde oliva, amarelos e vermelhos nos lembram que, com uma boa injeção de cores, o podemos driblar o inverno inglês com mais bom humor.

A simplicidade do desfile agrada compradores internacionais e expressa bastante o clima de nacionalismo exacerbado, visto em vários shows nessa temporada. No final, neve artificial cai sobre a passarela, com a voz poderosa de Adele servindo como grand finale.

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A Mulberry, mais uma vez, decidiu fazer seu desfile em forma de pequenas apresentações na parte da manhã. No lindíssimo salão de dança do hotel Claridge’s, um dos mais luxuosos da cidade, uma bucólica floresta foi recriada, com árvores, flores e som de pássaros. Kristen Dunst e Alexia Chung foram as primeiras a chegar. Alexa tem até uma bolsa da Mulberry com o seu nome, inspirada no seu estilo.

Meninas ingênuas, porém com certa austeridade, circulavam pela locação, expressando a habilidade da marca em analizar o subconciente  da mulher que mora numa cidade grande e agitada, mas que sonha com a tranquilidade do campo.

Muito lilás, verde e tons pasteis, com saias e blusas plissadas em materiais leves, como chiffon, foram combinados com casacos de couro e de tecidos mais encorpados, como a lã. As famosas bolsas Mulberry vieram em formas quadradas e em couro marrom, trazendo um ar utilitário à coleção.

O clima era bem sereno e, por alguns instantes, poderíamos achar que estávamos em algum campo no interior inglês e esquecer que, na verdade, estávamos mesmo era na correria dos desfiles.

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O brasileiro Bruno Basso e inglês Chris Brooke, da Basso & Brooke, mostraram uma coleção bem bonita e, de certa forma, deram uma limpada na questão das estampas, ponto forte deles. Elas ainda estão lá, muitas e lindas, mas algumas aparecem com respiros de fundos em cores neutras, como cinza e caramelo. Muitos vestidos, momentos longos e curtos, e uma série de conjunto de paletó e calça, com um jogo de cores bem bonito, que agradou o público e a crítica especializada.

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Vale também destacar a coleção de Ashish, que teve como musa a cantora M.I.A, linda e loiríssima na primeira fila. Paetê em todas as variações possíveis dominaram o desfile. Cores e estampas, com um ar bem urbano, receberam um tratamento “couture” com brocados e muito brilho.

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Mark Fast também agradou. Favorito de Carine Roitfeld, ele cria roupas sexy para uma mulher com attitude. Nessa estação, a novidade foi o uso de couro, dando um ar mais agressivo aos seus vestidos “body conscious”. Seu trabalho em tricô, com aberturas reveladoras, arrancou suspiros na plateia e em Julia Restoin-Roitfeld, na primeira fila, provando que a mulher que veste Mark quer mesmo é mostrar o corpo sem medo.

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A noite comecou com a revista “Love”, fazendo uma recepção em homenagem ao hypadissimo estilista americano Alexander Wang. Katie Grand, diretora criativa da publicação, escolheu a espaçosa loja Liberty como locação para a festa. Com uma iluminação em tons de rosa, fashionistas e celebridades dos dois lados do Atlântico se misturavam com figuras notórias do underground londrino. Ao som do DJ e apresentador de TV, Nick Grimshaw, Alexander recebia todos com muita simpatia. Porém, o momento mais esperado da noite foi a maravilhosa Beth Ditto cantando “I Will Always Love You”. Ao lado do palco, Victoria Beckham e seu marido David, assitiam ao sow em clima apaixonado.

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Ao lado do majestoso hotel Ritz, a festa oficial do British Fashion Council, no Mahiki, foi a nossa segunda parada. Compradores, estilistas e uma enorme quantidade de membros da imprensa international eram recebidos com uma decoração de cabanas de bambu e referências do Oceano Pacífico. O clube, favorito dos príncipes Harry e William, transformou-se numa extenção da Somerset House, local que abriga a London Fashion Week, porém com muito the XX na trilha sonora  e uma animada Hillary Alexander rodopiando na pista de dança.

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Por volta da meia-noite, tudo o que queríamos era correr para uma cama quentinha e dormir, mas com  a festa mais falada da semana acontecendo, não tivemos outra opção e, em dez minutos, estávamos prontos para celebrar com Jefferson Hack os dez anos de sua revista “Another Magazine”, com Tilda Swinton, musa da noite. No recém-inaugurado clube The Box. O clima era de Studio 54. Em um beco, repleto de casas de strip tease e bordeis no Soho, todos se espremiam para entrar na festa.

Do outro lado da rua, avistamos Kate Moss e sua enorme gang, chegando ao evento. Vindos de uma festa na casa do renomadíssimo galerista Jay Joplin, estavam Ronny Wood, dos Rolling Stones, os artistas Damien Hirst e Dino Chapman, as estilista Phoebe Philo e Stella McCartney, o fotógrafo Jurgen Teller,  e Bobby Gillespie, vocalista do Primal Scream, provando que a noite seria wild wild wild. Subindo as escadarias do clube, em estilo burlesco, o clima era rock and roll.

No segundo andar havia um bar somente para os convidados mais íntimos. Jefferson Hack tocava o seu set de disco enquanto Kate Moss dançava em cima de um piano. Esquecemos da hora, do corpo cansado ou do fato de que teríamos que acordar super cedo no dia seguinte se novo. Tina Turner tocava no fundo e tudo o que queríamos nesso ponto era….  Roll with the River!!! Às três da manhã, Jamie Hince, da banda The Kills e namorado de Kate, arrumou briga e bateu em um fotógrafo na saída do clube. Bafo!