A união de um poeta ligado à cena punk e de uma artista visual e atriz resultou em um projeto musical que já dura mais de 15 anos, o Tetine, já ouviu falar? Bruno Verner e Eliete Mejorado estrearam em 1995 com o álbum “Alexander’s Grave”, lançado pelo selo próprio High School Records. Os shows da dupla misturavam música eletrônica e filmes em Super 8 com narrativas e colagens de texto.
Depois de cinco anos do lançamento, a dupla seguiu para Londres, onde se estabeleceram (e onde moram até hoje). Mas os dois estão por aqui para se apresentar hoje (25.10) em São Paulo, no Sesc Vila Mariana. No show, Verner e Mejorado reinventam ao vivo novas sonoridades para o filme brasileiro “O Bandido da Luz Vermelha” (1968), de Rogério Sganzerla, a partir da exibição do longa. Para o projeto, a dupla trafega pelo universo da performance, da música eletrônica e da videoarte. Sintetizadores eletrônicos, samplers, piano, voz e baixo são utilizados na apresentação.
O FFW conversou com Bruno Verner, que falou sobre a carreira, as influências da dupla e mais! Confira:
Vocês sentem diferença no som que fazem agora e o de quando começaram?
Estamos mais maduros agora, naturalmente. Mas de alguma maneira, o som do Tetine acabou voltando a suas origens: eletrônico, punk funk, pós punk e bem atmosférico.
Quais são as lembranças mais legais da carreira de vocês?
São muitas coisas nesses últimos 16 anos… Teve um show absurdo em Chicago para o festival da WIRE, Adventures in Modern Music, em 2006, com muito funk carioca torto, miami bass autoral e música atonal, foi um grande sabá. Esse ano, fomos convidados para fazer a curadoria de um projeto chamado COMA – Conexões Exploratórias em Música e Performance Híbrida – que vai acontecer na semana que vem, em Belo Horizonte, com artistas como Planningtorock, Carla Bozulich, Paul B. Davis, a gente, Dorit Chrysler, Karine Alexandrino e um monte de gente legal! Foi um presente ter sido chamado para criar um programa pouco usual de shows, performances, talks e workshops… do jeito que a gente gosta. Outro coisa legal esse ano é esse projeto com “O Bandido Da Luz Vermelha”. Somos fãs há muitos anos dos filmes do Sganzerla e principalmente da Helena Ignez, influência no Tetine desde sempre. Poder reinventar sonoramente o filme foi um presente maravilhoso.
Quais são suas principais influências musicais e artísticas?
Grotowski, Throbbing Gristle, Julio Barroso, Rogerio Sganzerla, Jarbas Lopes, Georgio Moroder, Kutug Ataman, Liquid Liquid, Kraftwerk e por aí vai…
O que vocês têm escutado atualmente?
Estamos gravando material novo, é praticamente o que a gente tem escutado. Fora isso, eu gosto de escutar Gonzales pra fazer minha filha dormir e Howard Amb, com quem estamos fazendo um disco novo em colaboração.
O que pode se esperar para o show de hoje?
1h e 40 minutos de alta experimentação e músicas bonitas! Esse show é para ver sentado, tirar os sapatos, ficar descalço e assistir as imagens e personagens geniais do Bandido do Sganzerla sob um outro ângulo. Também vamos ter a honra de ter a participação especialíssima da grande dama do cinema marginal Helena Ignez, que vai estar no palco com a gente em determinados momentos.
Que conselhos vocês dariam hoje para vocês mesmos quando estavam começando?
Não tenha medo de se sentir estrangeiro no seu próprio pais, mesmo que você more nele.
Tetine @ Sesc Vila Mariana
Dia 25 de outubro de 2011
Ingressos de R$ 6 a R$ 24
Rua Pelotas, 141, Vila Mariana – São Paulo
11 5080-3000