A imagem acima não é uma fotografia. Tampouco fruto da técnica de trompe-l’oeil, que manipula elementos de luz e profundidade para criar ilusões óticas. É, na verdade, uma obra hiper-realista.
O Hiper-realismo é um movimento artístico surgido após a metade do século XX, mais especificamente na década de 1970, que tem como princípio estético a criação de pinturas e/ou esculturas concebidas com uma riqueza de detalhes tão grande que se assemelhem a fotografias. Ao contrário do que ocorre com seu precursor, o Fotorrealismo (ou Super-realismo), as obras de cunho hiper-realista não dependem essencialmente da existência prévia de imagens fotográficas, além de não terem como objetivo a mera representação pictórica.
Por meio da precisão técnica e da simulação da realidade, os artistas hiper-realistas retratam de maneira subjetiva uma amplidão temática que varia de atos e objetos “banais” da vida cotidiana à crítica política, dando vida a imagens paradoxalmente poéticas. O FFW selecionou cinco adeptos do Hiper-realismo, alguns jovens e promissores, outros nomes já estabelecidos como ícones, para exemplificar a exatidão e profundidade do movimento.
GOTTFRIED HELNWEIN
Gottfried Helnwein é um dos hiper-realistas mais conhecidos e prestigiados do mundo. Nascido na Áustria em 1948, o artista plástico é dono de uma obra impactante e muitas vezes perturbadora, que abrange temas como a perda da inocência, a morte o o Holocausto.
ROBERTO BERNARDI
O italiano Roberto Bernardi, nascido em 1974 na cidade de Todi, iniciou sua trajetória nas artes plásticas ainda muito jovem. Em 1993, mudou-se para Roma onde trabalhou como restaurador na igreja de São Francisco a Ripa e, após experimentar a pintura de paisagens e retratos, decidiu dedicar-se ao que denomina como “um tipo de pintura mais intensa e espetacular”: o Hiper-realismo. Em seu trabalho, Bernardi traz a frieza da produção em massa, retratando das latas de sopa Campbell’s que cativaram Andy Warhol a frívolas embalagens e panelas de inox em casas solitárias.
HUBERT DE LARTIGUE
O francês Hubert de Lartigue já trabalhou com ilustração de quadrinhos, ficção científica e até já se dedicou ao desenho de pin-ups, mas foi em 2003, ao conhecer sua musa Octavie, que o artista decidiu aderir ao Hiper-realismo.
JUAN FRANCISCO CASAS
A partir da utilização de canetas esferográficas “BIC” é que o espanhol Juan Francisco Casas, de 35 anos, desenvolve suas obras hiper-realistas. O que começou como uma simples brincadeira tornou-se profissão e suas obras, sempre divertidas, chamam a atenção pela veracidade.
ALYSSA MONKS
Alyssa Monks nasceu em 1977 no estado de Nova Jérsei, Estados Unidos, e começou a pintar com tinta a óleo desde pequena. Após terminar o colégio, estudou pintura no Instituto Lorenzo de Médici em Florença e Arte Figurativa na Academia de Artes de Nova York. Sua temática mais frequente é o corpo humano, que ela descreve como uma verdadeira obsessão: “Quando eu comecei a pintar o corpo humano, era obcecada por ele e precisava criar com o máximo de realismo possível. Eu persegui o realismo até ele começar a se desemaranhar e se auto-desconstruir”.