Nesta terça (29.01) a imprensa especializada foi convidada para conhecer a coleção de Inverno 2013 da Maria Bonita. Após a saída de Danielle Jensen, que ficou nove anos na direção criativa da marca, a Maria Bonita iniciou um forte processo de reestruturação, desde março de 2012 e ainda em andamento.
Na ocasião, a grife anunciou que seria tocada por uma equipe de profissionais em vez de concentrar seu estilo na figura de uma pessoa só, como era o caso de Danielle e de 90% das marcas “high fashion” no mundo.
No entanto, a coleção foi apresentada e representada por uma pessoa, Luisa Bomeny, 38, que tem o cargo de consultora de estilo. Mas Luisa executa, na verdade, o papel de diretora criativa, já que cabe a ela definir o tema da coleção, fazer a direção do desenvolvimento de produto e a seleção dos materiais, além de supervisionar o trabalho da equipe. O novo time é formado por oito pessoas que tocam o estilo da marca em áreas como noite e malharia. “Pego esses talentos e puxo ao máximo”, conta Luisa. “É injusto mostrar uma pessoa só, pois há muita gente talentosa por trás de uma marca”.
Luisa nos apresentou a coleção e explicou o novo momento Maria Bonita. “Essa marca sempre foi sinônimo de roupa perfeita, feita para durar décadas”, diz. “Voltamos para a sua essência, sem deixar de lado o trabalho conceitual. Ainda trabalhamos em cima do Brasil, com temas que envolvem as nossas raízes, mas temos que lembrar que estamos no mercado e é importante oferecer uma roupa impecável”.
Mas então a roupa que a Maria Bonita fez nos últimos 10 anos não era considerada impecável? “A Dani (Jensen) era muito talentosa e criativa, mas após a morte da Cândida (Maria Cândida Sarmento, fundadora da marca), ela seguiu um caminho muito autoral. Os desfiles eram espetaculares, mas havia uma dificuldade de aceitação nas roupas e na modelagem. E estamos trabalhando nisso agora, há um grande foco no trabalho de modelagem”.
Para Luisa, as roupas são “contemporâneas com qualidade. Tem conceito e modelagem impecável. Tudo é muito limpo, simples e cai bem”.
A coleção é mesmo clean e fácil de vestir, de fato mais comercial do que as passadas. Inspirada nos registros da botânica brasileira, ainda tem peças que remetem ao trabalho de Jensen, como a jaqueta verde de guipure, mas o conjunto das roupas mostra que a marca está investindo em peças fáceis de usar e combinar, ainda mantendo o bom trabalho com materiais pelo qual é conhecida.
Seda com crepe dublado, jacquard com organza, pele ecológica com paetê, seda com poliamida, rendas desenvolvidas na Itália e aplicadas em tule, seda empapelada, tela resinada, pelo resinado… São muitas as possibilidades e texturas usadas nas peças. O que define o trabalho dessa equipe hoje é: foco nos materiais e simplicidade nas formas.
E vem desfile por aí? “Sim, quando estivermos mais tranquilos. No momento vamos priorizar o produto e o momento da empresa, que passa por uma reestruturação completa”. Vamos aguardar.
Veja abaixo as nossas peças preferidas.
+ Veja aqui a primeira coleção da Maria Bonita após a saída de Danielle Jensen da marca
