O Google Glass — óculos que têm uma espécie de pequena tela em uma das lentes que o usuário pode comandar para gravar vídeos e acessar a internet por meio de uma conexão sem fio com o celular — promete ser o grande protagonista da próxima revolução tecnológica. Para que isso se torne realidade, os maiores entraves são tornar a tecnologia acessível e disponibilizá-la para um mercado mais amplo. Pois o grande passo nesta direção pode ter sido dado nesta semana. A empresa italiana Luxottica, maior fabricante do mundo de óculos de sol, fechou acordo para projetar, desenvolver e distribuir modelos baseados no Google Glass. A notícia, divulgada pela agência de notícias Reuters, foi recebida com certa euforia e divulgada em sites e jornais do mundo inteiro.
A Luxottica informou que suas duas maiores marcas, Ray-Ban e Oakley, fazem parte do acordo, mas não deu outros detalhes. Os novos modelos devem chegar ao mercado em 2015 — quando o projeto foi divulgado, em 2012, a expectativa do Google era que o produto fosse ofertado em larga escala já neste ano.
Até o momento, o Google Glass é um produto caro e inacessível até mesmo para quem pretende pagar os US$ 1,5 mil cobrados, pois o dispositivo ainda está em desenvolvimento e somente pode ser adquirido por residentes dos Estados Unidos que têm cadastro no programa Explorer.
O acordo permitirá que a Luxottica seja a primeira empresa a ofertar a nova tecnologia para milhões de consumidores em potencial, mesmo que o Google ainda tenha que superar algumas barreiras, como a duração da bateria e questões relacionadas à privacidade. O Google Glass já recebeu as mais diferentes críticas, desde ser chamado de um dispositivo de vigilância constante até ser acusado de ajudar a desumanizar e isolar as pessoas. Não à toa foi apelidado de “Glasshole”. Mas convencer as pessoas a usarem o Google Glass não é apenas uma questão tecnológica, mas também de moda.
A parceria entre Google e Luxottica certamente também contemplará a questão estética dos óculos — a empresa italiana detém o licenciamento de marcas como Prada, Chanel, Dolce & Gabbana e Coach. Mas o mundo da moda já teve seus primeiros romances com o dispositivo. Na temporada Verão 2013 da semana de moda de Nova York (em setembro de 2012), Diane Von Furstenberg desfilou o primeiro modelo da peça, com armação em diferentes cores. Mas os óculos não estavam lá apenas de enfeite: as imagens gravadas pelas modelos viraram um vídeo que ajudou a mostrar para o mundo da moda as possibilidades do dispositivo. A ação de marketing com o Google naquela temporada também proporcionou que os fashionistas experimentassem os óculos e entendessem o uso. Agora, já foram lançadas várias armações, algumas com mais informação de moda, outras mais indicadas para usos específicos, como a prática de esportes. O próximo passo certamente será a união das grifes ao Google Glass. Ou seja, a questão não é se você terá um deles, mas se o seu modelo será Ray-Ban, Prada, Dior…
+ Assista ao vídeo do desfile de DVF na temporada Verão 2013 (com imagens captadas com o Google Glass):
+ Assista ao vídeo que o Google preparou para explicar como funciona o dispositivo: