SÃO PAULO, 10 de junho de 2010 Por Luigi Torre (@luigi_torre)
Um tanto irregular o verão 2011 da Iódice. Nesta temporada Valdemar Iódice quis levar (mais uma vez) suas consumidoras para um balneário chique, trabalhando uma recorrente “sensualidade elegante”, como disse ao FFW. Porém essa sofisticação desejada nem sempre vem em perfeito equilíbrio com o lado sexy da coleção. O desfile abre promissor, com uma boa sequência de modelos cortados a laser, lembrando rendas em preto e branco. Dominando a totalidade ou decorando barras de vestidos brancos evasês, esses cortes falam de uma sofisticação simples e de uma brasilidade nada óbvia. Esse “artesanato hi-tech” surge com frescor dentro do repertório da marca, conjugando bem os elementos com os quais Valdemar quis trabalhar nesta temporada. Porém, após o macacão de Thana Kuhnen a coleção perde sua força. Salvo algumas exceções – a saia de couro preto, o vestido do mesmo material com barra ondulada, a calça justa com amarração traseira e os modelos com espécie de tela rendada – os demais looks carregam um certo vazio de propostas. O vestido marinho de um ombro só, os beges de jérsei bem solto, as blusas listradas – todos com seus cortes limpes e decorações pontuais – não acrescentam nada de novo ou relevante. Quando drapeados e repuxes ligados por acessórios dourados entram em cena, aquela sofisticação desanda para o lado do excesso. E quando as assimetrias que pontuam toda a coleção ficam extremadas, a linha entre o sensual e o vulgar fica turva. Não há dúvidas que Valdemar conhece bem as vontades e desejos de suas consumidoras. Tanto que coleção após coleção vem oferecendo um pouco mais daquilo que já se provou ser sucesso de vendas. Mas não seria nada mal se esse conhecimento servisse de base para uma ousadia um pouco maior. Direção de estilo: Valdemar Iodice Styling: Giovanni Frasson Direção de desfile: Ruy Furtado Beleza: Nadine Luke Cabelo: Max Weber Iluminação: Maneco Quinderé Trilha: DJ Zé Pedro
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