Cena do espetáculo “Ten Chi” (Tanztheater de Wuppertal, de Pina Bausch) ©Divulgação

Prato cheio para quem gosta de dança, a Temporada 2011 do Teatro Alfa, em São Paulo, adianta o seu calendário para viabilizar apresentações da companhia Tanztheater de Wuppertal, da alemã Pina Bausch (1940-2009), que fará uma turnê pela América Latina no primeiro semestre do ano e trará o espetáculo “Ten Chi”, obra inédita no Brasil, concebida durante a residência da coreógrafa no Japão.

A 8ª Temporada de Dança terá cerca de 30 apresentações de seis companhias nacionais e internacionais – além da Tanztheater de Wuppertal, participam desta edição as nacionais Grupo Corpo, São Paulo Companhia de Dança e Cia. de Dança Deborah Colker; a britânica Akram Kahn Company; e a alemã Sasha Waltz and Guests. O projeto é uma referência em dança contemporânea, sempre com uma programação de qualidade, que reúne antigos participantes da temporada, como o Corpo, a grupos com poucas passagens pelo Brasil.

O Teatro Alfa oferece assinaturas para a temporada com preços de R$ 175 a R$ 552,50 – as assinaturas já podem ser compradas pelo site do evento ou pelos telefones (11) 5693-4000 e 0300 789 3377.

Confira o programa oficial de apresentações e veja imagens dos espetáculos na galeria ao fim da página:

TEATRO ALFA – TEMPORADA DE DANÇA 2011

Pina Bausch Tanztheater Wuppertal (Alemanha)
14, 16, 17, 18 e 19 de abril

O trabalho de Pina Bausch tem sido, por décadas, um dos bens culturais mais exportados pela Alemanha. Mesmo após a morte da coreógrafa (em junho de 2009) a companhia Pina Bausch Tanztheater Wuppertal está em plena atividade e os fundamentos de seu trabalho continuam rendendo frutos.

Em sua quinta participação nas Temporadas de Dança do Teatro Alfa, a companhia apresentará um espetáculo que muitos consideram como o melhor trabalho de Bausch até hoje, o poético Ten Chi, criado no Japão em 2004. É o último de uma série que pode ser chamada de relatos de viagem coreografados – obras fortemente influenciadas e inspiradas pela localização geográfica de sua criação. Em um cenário decorado com flores de sakura e uma cauda de baleia gigante, os habilidosos bailarinos da Tanztheater Wuppertal exploram com simpatia e humor os sons, sinais, alegrias e paradoxos da cultura japonesa moderna. Serão 17 bailarinos em cena, com trilha musical de diversos compositores e textos de autores como Brecht e Saramago.

Grupo Corpo (Brasil)
4 a 14 de agosto

Em 2011 o grupo mineiro estreia um novo espetáculo que terá trilha do compositor galego Carlos Nuñez em parceria com José Miguel Wisnik, que já compôs para a companhia as trilhas dos espetáculos Nazareth, Parabelo (com Tom Zé) e Onqotô (com Caetano Veloso). Com certeza mais uma grande obra da principal companhia de dança do Brasil e que, como já acontece desde 1998, fará sua estreia nacional no Teatro Alfa. A outra coreografia será O Corpo, que tem música de Arnaldo Antunes. Os corpos – esculturas pretas que dançam numa caixa vermelha – ganham volumes diversos pelo desenho das roupas de Freusa Zechmeister e Fernando Velloso.

São Paulo Companhia de Dança (Brasil)
26 a 28 de agosto

Nos seus três anos de existência a São Paulo Companhia de Dança vem desenvolvendo uma atividade intensa e consistente, de amplo espectro, abrangendo tanto coreografias clássicas como obras de artistas contemporâneos. Já tem 10 produções no seu repertório e fez mais de 130 apresentações que foram vistas por cerca de 90 mil pessoas.

No Teatro Alfa, a companhia apresentará as coreografias Supernova (de Marco Goecke), Legend (de John Cranko, revista por Richard Cragun), Inquieto (de Henrique Rodovalho) e Tchaikovsky Pas de Deux (de George Balanchine).

Cia. De Dança Deborah Colker (Brasil)
9 a 18 de setembro

Em um grande clássico da literatura universal, Deborah Colker foi buscar inspiração para seu novo espetáculo. Tathyana é baseado em Evguêni Oniéguin, o romance em versos, publicado em 1832 por Aleksandr Púchkin (1799-1837), o pai da literatura russa.

Em dois atos, a Companhia de Dança Deborah Colker leva ao palco o próprio Púchkin, interagindo com as ações, desejos, pensamentos e transformações psicológicas dos quatro protagonistas de sua obra prima. A música de compositores como Rachmaninov, Tchaikovsky, Stravinsky e Prokofiev embala essa jornada atemporal ao âmago de uma história de duelos, desencontros, paixões e decepções.

Akram Kahn Company (Inglaterra)
13 a 16 de outubro

Akram Khan, pela primeira vez se apresentando no Brasil, é um dos mais aclamados coreógrafos de sua geração. Nascido em Londres, de uma família originária de Bangladesh, ele começou dançar aos sete anos e estudou com o renomado bailarino e professor de Kathak, Sri Pratap Pawar. Começou nos anos 90 apresentando solos, mantendo o seu compromisso com o Kathak clássico e em paralelo, foi desenvolvendo trabalhos e colaborações com artistas de dança contemporânea e de outras disciplinas.

Vertical Road é a nova produção contemporânea da Akram Khan Company e dá continuidade à sua ambição de explorar a relação entre diferentes culturas e a diversidade dos universos criativos. Ele traz artistas da Ásia, Europa e Oriente Médio para apresentar esse espetáculo que acabou de receber o The Age Critics Award no Melbourne International Arts Festival de 2010.

Gnosis é o mais recente solo de Akram Khan. Combinando suas raízes de dança clássica indiana com a cultura contemporânea, ele apresenta um embate entre dois mundos opostos: o da tradição e o da inovação. Excelentes músicos da Índia, Japão, Paquistão e Reino Unido acompanham sua performance. Gnosis recebeu o South Bank Sky Award de dança.

Sasha Waltz and Guests (Alemanha)
29 e 30 de outubro

Sasha Waltz & Guests não é uma companhia de dança contemporânea no sentido convencional. Desde que foi fundada em Berlim, em 1993, por Sasha Waltz e Sandig Jochen, mais de 150 artistas de 25 países diferentes tem se apresentado como convidados e realizam cerca de 100 apresentações anuais pelo mundo.

Sasha Waltz concebeu Travelogue I – Twenty to eight, a coreografia que a lançou no cenário internacional, tendo a cozinha como ponto de partida. Neste local doméstico, cinco pessoas se encontram. A cozinha funciona como um espelho no qual rituais, hábitos e modelos de comportamento podem ser observados e refletidos assim como eles verdadeiramente são. Nesse espaço cênico, os personagens, neuróticos e obsessivos em suas ações, solitários e perdidos, permanecem como prisioneiros de suas próprias estruturas sociais, incapazes de encontrar um caminho.

“Eu gosto de utilizar objetos do cotidiano, como uma geladeira, um telefone, ou uma cama como desafios para minha pesquisa coreográfica. Esse é um espetáculo sobre nós, nosso modo de vida, sobre atividades banais e a simplicidade das coisas. Eu quero mostrar a beleza dos objetos do dia-a-dia, uma beleza que nós não vemos mais.”– Sasha Waltz