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    Brigitte Bardot ao FFW: “É preciso coragem e amor para mudar radicalmente de vida”
    Brigitte Bardot ao FFW: “É preciso coragem e amor para mudar radicalmente de vida”
    POR Redação

    Direto de Milão

    Brigitte Bardot ©Reprodução

    Falamos com Brigitte Bardot. Ainda que on-line, chegamos a tocar nesse ícone. Uma das personalidades mais influentes da moda de todos os tempos. Não saberemos exatamente tudo que pensa e sente, mas podemos, pelo menos, pensar a respeito do que se vê, de fora mesmo. Dentro do limite que ela impõe à mídia, em sua vida reclusa na França. Brigitte Bardot foi musa absoluta nos anos 60 e 70. Influenciou mulheres com seu estilo hippie sexy, enlouqueceu homens, casou e descasou, criou a imagem de uma época com seus filmes e fotos. Na época em que estava para completar 40 anos, avisou que estava largando a vida de atriz e modelo e tornou-se uma feroz ativista.

    Um dos aspectos mais exemplares da vida de Brigitte não é apenas entregar-se com paixão a uma causa. No caso dela, que foi quem foi, belíssima de doer, famosa e badalada, outro ponto não podemos esquecer: ela viveu e vive o tempo no momento em que deve ser vivido. Não quis ficar eternamente pendurada ao que foi uma época. Aproveitou o glamour e a juventude na hora em que tinham que ser vividos. E hoje envelhece de forma digna, com objetivos atuais em sua Fondation Brigitte Bardot, criada na década de 80 para proteger animais. Teve inclusive Dalai Lama como um dos que apoiaram a iniciativa. O porquê e o modo de isso ter acontecido jamais saberemos, mas o que fica, na história “publicada”, é: Bardot foi um ícone histórico e estonteante, que quis mais da vida quando amadureceu. E, principalmente pras mulheres, pensar nisso é liberador! Cansou de ser sexy. Ponto.

    O “gancho” da entrevista de BB, como se diz em jornalismo do motivo para procurar alguém, foi o caso dos raptos dos cães beagles utilizados para testes em laboratório do Instituto Royal, de São Paulo, numa ação com ativistas que invadiram o local. A incrível Bardot pode não querer falar sobre moda ou beleza, mas sobre animais ela nunca se nega. Então o que ela tem a dizer sobre o ativismo brasileiro? Negociamos por algumas semanas com seu assessor Bruno Jacquelin. Foi preciso fazer on-line. E em francês. Atrás dessas respostas simples, mora um bom pedaço da história do estilo.

    Bom dia, senhora Bardot. Um grupo de ativistas invadiu um laboratório de pesquisas científicas em São Paulo para retirar de lá 178 cães da raça Beagle. Os cães estavam sendo usados para testes de laboratório, inclusive para empresas de cosméticos. Os ativistas foram acusados pelo laboratório de terem roubado os cães. O que a senhora acha dessa situação?

    Viva os ativistas. Bravo aos ativistas. Um basta aos laboratórios que utilizam animais, que os fazem sofrer e morrer enquanto existem métodos que podem substituir as cobaias animais. Os experimentos para cosméticos são abomináveis e não devem mais existir, são muito cruéis!!!

    O laboratório alega que os testes são feitos dentro da lei. A senhora acha que existe algum modo certo de fazer esse tipo de pesquisa em animais?

    Sim, te digo que existem métodos de substituição para evitar a morte de muitos animais. Respeitar a lei, na medida em que ela é avançada, não é cruel, mas não se deve cumprir a lei que autoriza atrocidades sofríveis.

    – Brigitte Bardot fala sobre ativismo e a Fondation Brigitte Bardot – parte 1:

    – Brigitte Bardot fala sobre ativismo e a Fondation Brigitte Bardot – parte 2:


    A senhora tem animais em casa, convive com eles? Tem algum animal de estimação favorito?

    Sim, vivo com dezenas de animais. Cachorros, gatos, ovelhas, cabras, jumentos, cavalos, porcos, gansos, galinhas, patos, etc. Eu os amo igualmente, mas não posso trazer meu jumento para a cama com meus cachorros e gatos.

    No Brasil, que a senhora inclusive conheceu, embora exista uma celebração da beleza e da sensualidade feminina, a violência contra as mulheres ainda acontece. Muitas vezes as mulheres são culpadas por terem “exibido” seus corpos ou “provocado” os homens. O que a senhora tem a dizer sobre isso?

    Em todo o mundo, acontecem horrores cometidos contra as mulheres. Isso sempre existiu, infelizmente! Mas, desde que as mulheres se disseram “liberadas”, elas se mostram mais ou menos nuas para seduzir os homens e isso não ajuda. As mulheres querem ser iguais aos homens, o que não está certo, é ridículo. Uma mulher será sempre uma mulher e um homem, um homem!

    Na sua opinião, de que modo uma mulher pode usufruir da própria liberdade feminina e ser dura e rigorosa na defesa dos seus direitos?

    Há apenas um direito e um só dever para uma mulher! Mantenha sua feminidade.

    O fato da senhora ter se tornado um ícone cultural contribui para que seja escutada ao defender as causas em que crê. A senhora se sente grata por isso? Quando olha para o passado, de que coisa se orgulha mais?

    Eu trabalhei bastante e ainda estou trabalhando, nada acontece por mágica. Tenho orgulho da minha vida, mas o meu maior orgulho é a fundação que criei para a defesa dos animais e as batalhas difíceis que tento ganhar faz 40 anos.

    Muitas mulheres pensam que é muito liberador, e positivo, ver que a senhora escolheu ir atrás do que acreditava. Sentimos que a senhora aproveitou o sucesso profissional na juventude e inspirou muitas com seu estilo, mas depois escolheu uma nova estrada sem ter medo de ter que explicar nada a ninguém. E isso nos inspira. A senhora poderia falar um pouco dessas escolhas, em como foram acontecendo?

    É preciso coragem, determinação e muito amor para mudar radicalmente de vida. Com freqüência é difícil, desolador e triste, mas não há nada mais belo que salvar vidas e dar o respeito devido aos animais! Eu os amo, eu os amo.

    Tradução das perguntas para o francês: Luciana Rocha
    Tradução das respostas para o português: Carla Valois e Laura Alagna

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