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    Vale conhecer a obra de Joshua Petker, que fala ao FFW sobre suas inspirações
    Vale conhecer a obra de Joshua Petker, que fala ao FFW sobre suas inspirações
    POR Redação

    “Supernumerary”, da série “Between Butterflies”, de 2010 ©Joshua Petker/Reprodução

    O artista plástico americano Joshua Petker é pouco conhecido no Brasil, mas é dono de um trabalho que agrada os aficionados pelas cores vibrantes e formas delicadas, com elementos lúdicos e por vezes até macabros. Por meio da figura feminina, componente que permeia a obra de Petker, é possível perceber como traços poéticos delineiam imagens melancólicas e impactantes.

    Com mais de oito exposições no currículo, Joshua Petker, que é formado em História, sempre se interessou por ilustração e pintura e desde muito jovem grafitava pelas ruas de Los Angeles. No entanto, foi só após vivenciar a efervescência cultural e o charme da cidade italiana de Florença que o americano decidiu se arriscar profissionalmente e investir na carreira artística.

    O FFW entrevistou o artista plástico e se aprofundou nas inspirações, referências e técnicas de Petker. Confira abaixo e conheça um pouco mais deste artista tão promissor:

    Joshua Petker ©Reprodução

    FFW: Como você começou a ilustrar? Você tem familiares que escolheram a arte como profissão?

    Joshua Petker: Meu interesse pela arte começou durante meu último ano de faculdade. Eu estava cursando licenciatura em História quando viajei para a Itália, onde continuei a estudar, e lá me aventurei em uma ou duas pinturas. A experiência de pintar foi tão emocionante que eu pintei mais um e mais outro depois desse, e então comecei a ler livros sobre artistas, e comecei a me educar sobre arte. Eu terminei a faculdade com um diploma em História e uma paixão por arte que dirigiu minha vida.

    FFW: Como você inicia uma ilustração? Você começa com uma ideia definida na cabeça ou deixa fluir a partir do primeiro rabisco?

    JP: Quando crio trabalhos de base figurativa quase sempre começo com uma referência fotográfica de algum tipo. Mas, depois que a figura foi desenhada, o resto da composição se apresenta naturalmente durante o processo de pintura. Eu comecei a expandir as ideias no meu trabalho estes dias e agora elas são mais pensadas com antecedência. No entanto, eu imagino que você esteja falando sobre meu estilo inicial de pinturas de retratos e, essas vinham naturalmente após o rascunho inicial.

    Eu comecei a desenhar muito porque era interessado nos clássicos antes de me interessar por Arte Contemporânea. Eu me inspirava nas obras de Caravaggio e Titian e queria ser um desenhista tão bom quanto. Eu não sou tão bom quanto nenhum desses artistas, mas foi a admiração pelo trabalho da Renascença que me fez querer desenhar. Pintar é um desafio totalmente diferente de desenhar.

    “Black Monarchs” e “Seaweed”, ambos da série “Water Lilies”, de 2009 ©Joshua Petker/Reprodução

    FFW: Você faz uso de muitas cores saturadas no seu trabalho. Você vê alguma conexão entre elas e sua personalidade?

    JP: Quando eu era jovem, usava muitas cores vibrantes quando grafitava. Eu acho que eu era atraído pelos tons que demandam atenção. Quando eu comecei a incorporá-las nos meus quadros de pessoas, as cores fortes me interessavam pois elas claramente tornavam minhas pinturas contemporâneas, em oposição às cores usadas por Caravaggio, etc. Também, para mim, cores saturadas podem ser muito tristes nos seus extremos; implorando para serem notadas. Eu acredito que isto é mais uma relação universal do que algo apenas ligado a mim. Em determinado momento, no início do meu trabalho, eu estava interessado em fazer as pinturas mais tristes com as cores mais fortes que se pode imaginar. Esse era o meu trabalho no começo.

    FFW: Como foi a sua experiência na Itália?

    JP: Foi breve, mas transformadora. Eu fui para Florença particularmente para estudar a Renascença. No entanto, nesta época da minha vida, eu era um grafiteiro muito ativo. Eu tive a sorte de conhecer alguns grafiteiros italianos já há alguns anos (de São Francisco), então percebi que poderia ir a Florença, estudar História, pintar alguns trens de metrô e me divertir muito. E todas essas coisas realmente aconteceram. Mas foi o interesse transformador em arte, que criou raízes em Florença e que voltou comigo para os Estados Unidos, que foi a melhor parte de viver na Itália. Florença, sua gente, sua comida, suas ruas, podem inspirar um sem número de pessoas em inúmeras direções. É uma cidade mágica.

    “Girl Lost”, da série “Black Sugar”, de 2008 ©Joshua Petker/Reprodução

    FFW: É possível observar um grande número de figuras femininas na sua obra. Quem são essas mulheres? Quem inspira você?

    JP: Para o bem ou para o mal, eu comecei a exibir minhas pinturas quase ao mesmo tempo em que iniciei a pintá-las. Meu interesse inicial em arte, fora as questões técnicas, era na beleza. E, eu acredito que através da história, as pessoas interessadas na beleza pintaram mulheres. Agora, estou pintando e exibindo há seis anos e minhas ideias e interesses na beleza se expandiram bastante além das representações idealizadas de rostos femininos. Mas, inicialmente, foi a beleza que me motivou.

    Eu ainda me inspiro na beleza, mas num sentido mais filosófico. Atualmente, eu estou muito interessado em amplidão e escapismo e meus mais novos corpos de trabalho estão baseados nisso.

    FFW: É possível notar uma conexão da sua obra com imagens de moda. Isso é intencional? E, se é, o que você pensa sobre moda e qual a sua relação com esta indústria? 

    JP: Eu me interesso pelas formas por meio das quais as pessoas criam identidades para si mesmas. E como alguém se veste, expressa, exteriormente, como essa pessoa se identifica internamente. A publicidade de moda sempre me fascinou porque vende um tipo de escapismo-fantasia exagerado e atende ao desejo humano de ser mais do que nós realmente somos. Quando o meu trabalho era basicamente inspirado pela beleza idealizada, a imagem de moda era um ponto de partida óbvio nas minhas pinturas.

    “Life is a Waste of Make-up” e “Untitled (Swarm II), ambos de 2010 ©Joshua Petker/Reprodução

    FFW: Como você descreve o seu trabalho? Você já encontrou o seu estilo? 

    JP: Só venho pintando seriamente há uns seis ou sete anos. Eu estou muito feliz com o que já fiz, mas sinto que ainda tenho um longo caminho a percorrer.

    FFW: Quais são suas referências (música, cinema, artistas e ilustradores favoritos)?

    JP: Eu escuto audiobooks ou palestras quando pinto. Às vezes música. Eu me interesso muito por Ciência e História, tanto quanto por arte. A vastidão do universo, fisicamente e filosoficamente, é algo que me interessa inesgotavelmente. Em arte, eu tenho passado muito tempo pesquisando o trabalho do movimento de Novo Realismo Francês dos anos 1960. E leio muito.

    “Sugar Water” e “All Cats Are Black”, da série “Black Sugar”, de 2008 ©Joshua Petker/Reprodução

    Joshua Petker já está desenvolvendo sua nova exposição, que abrirá em junho de 2012 no LeBasse Projects, em Los Angeles. Quem estiver por perto não pode perder!

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