FFW
newsletter
RECEBA NOSSO CONTEÚDO DIRETO NO SEU EMAIL

    Não, obrigado
    Aceitando você concorda com os termos de uso e nossa política de privacidade
    Direto do SXSW: os sons que destacaram-se no festival em Austin, no Texas
    Direto do SXSW: os sons que destacaram-se no festival em Austin, no Texas
    POR

    Por Fernanda Vendramini Tedde @ferrrr

    south 10Imagem de um bar no festival SXSW © Fotos Fernanda Vendramini

    Logo no 1o dia de SXSW não dá pra saber se a vontade é que o festival durasse mais dias para conseguir ver mais coisas, ou menos porque, haja saúde pra agüentar dias tão longos!

    O South by Southwest , ou SXSW, é um festival que acontece no mês de março em Austin, Texas, desde 1987. A parte mais importante e que deu origem ao SXSW é a música, mas hoje o projeto também contempla as partes de Cinema e Interactive (que traz fóruns e palestras sobre tecnologia, internet, mídias sociais etc).

    Cheguei para ver os shows que aconteceram de quarta a sábado (16 a 19.03), quando a cidade fica tomada por músicos, profissionais da indústria musical e expectadores que circulam pelos cerca de 12 quarteirões no centro de Austin. Os shows acontecem sem parar dentro dos pubs e bares, com lotação de 50 a 2.000 pessoas (exceção), das 12h às 2h.

    A quantidade e variedade de oferta é surreal e maior do que qualquer outro festival de música.  E para mim, isso é o que faz o SXSW tão diferente: Nosso poder de escolha e o quanto isso faz nossos quatro dias diferentes dos de qualquer outra pessoa. Cada um monta o seu próprio festival.

    No último dia você reencontra amigos que não viram nada do que você viu, e viram um monte de outras bandas, filmes, festas e palestras que te matam de inveja.

    Eu fiz uma lista de top momentos e prazeres do meu SXSW 2011, totalmente pessoal e intransferível .

    Austin

    O centro de Austin onde tudo acontece é lotado de bares e pubs, pequenos e grandes, abertos e fechados, confortáveis e muquifos, por todos os lados, de um jeito perfeito para um festival de música acontecer. Por ser uma cidade universitária, Austin já é jovem, fofa, cheia de brechós e lojinhas, musical e noturna.

    Super Size Me

    Alem dos bares, restaurantes e lojas locais – como a Tears of Joy, só de pimentas – Austin fica lotada de trailers coloridos e tendas nos parking lots, que viram praças de alimentação improvisadas e charmosas. A comida de rua do SXSW ultrapassa as tradicionais junk e pega a gente de surpresa com umas invenções como burrito koreano, brownie frito, sanduíche de tudo o que você imaginar e até chá enlatado de maconha. Um dia meu café da manhã foi cup cake de mojito.

    Entre shows

    Além de comer e beber tudo e muito, entre os shows dá para assistir alguma palestra ou filme. Alguns dos filmes aguardados que estrearam no SXSW foram “Hesher” com a Natalie Portman, a comédia “Super˜”, com Ellen Page, Liv Tyler e Kevin Bacon, e mais um monte de documentários legais.

    Também dá para ficar feliz vendo o povo passar. A maior parte do público do SXSX tem mais de 20 e poucos anos e é bacana. A gente vê meninos bonitos em cima e fora do palco toda hora. Ainda assim rola uma mistura com a molecada de faculdade da região, aproveitando o feriado nacional.

    As roupas no SXSW não fogem a regra dos festivais de música: muito vintage, muito pé sujo, cabelos coloridos, franjas assimétricas, gringas sem sensibilidade térmica de meia calça de renda e bota de couro no sol do meio-dia e minivestidos no frio da noite.

    south 6

    south 13

    Nas ruas também rolam performances, videntes, massagistas, passeatas no sense e freak shows de todos os tipos.

    south 4Passeatas nas ruas de Austin

    Shows

    Além da quantidade, a vantagem do SXSW é realmente ver shows disputados pertinho do palco, em espaços pequenos.

    Yuck foi no drive in onde aconteceram vários dos momentos legais da semana. Cabelos dos anos 70, guitarras dos anos 90. Uma das muitas apostas do SXSW, pelos comentários gerais.

    youckShow do Yuck

    The Dodos, que vi duas vezes foi provavelmente meu show preferido. Eles tocam concentrados e o som é lindo, denso. Não tem uma música ruim nem média no álbum novo. Foi show de sair e comprar o disco na hora, que estou ouvindo até agora sem parar.

    Quem, como eu, não havia visto o !!! (Chick Chick Chick) e esperava apenas mais um show sem surpresas, fica abobada pelo Nic Offer e seu gás do começo ao fim. Não teve uma alma, na bombada festa de sábado Mess with Texas, que não dançou com ele.

    Outras bandas que a gente já viu no Brasil e mandaram muito bem foram o casal Rainbow Arabia, que tocou em um pátio aberto sob a maior lua do mundo e o Gold Panda, de moletom de capuz no calor de 35C do meio-dia.

    raibowRainbow Arabia

    south 9Gold Panda


    Toro y Moi que está lançando disco, fez seu show com banda, tão bom quanto o disco, em várias casas. Ele não sai de trás do teclado, não dança (só dá uma balançada de ombrinho), não conversa, mal sorri, parece tímido. Mas a música está tão completa, redonda, com seu vocal e o resto da banda tão bem encaixados que não deixa ninguém se entediar ou sair no meio do show. Consegui ver um dos primeiros shows dele, em um pátio para cerca de 150 pessoas.

    toroToro y Moi

    Também da turma do hype, James Blake lotou todos os lugares onde passou. Ele é um menino, com cara de menino demais para quem canta daquele jeito de quem já viveu muitas coisas. E apesar de usar mais efeitos do que eu imaginava na voz, sua apresentação vai bem além da cover “Limit to Your Love”, com outras músicas lindas.

    Por causa do James Blake, peguei só 2 músicas do show do rock inglês simples e levinho dos Vaccines, já endeusados pela mídia. Eles eram uma das bandas mais promovidas, associadas a grandes marcas e cheias de cartazes em Austin, ao lado de outras como DOM, que eu nem ouvi, e distribuiu um milhão de óculos escuros com seu nome pelas ruas da cidade.

    O espírito que a gente vai para o SXSW é principalmente de ver bandas novas- entenda-se por “nova” alguns anos ou 1 mês- mas no SXSW a gente tem a chance de ver shows como Edwyn Collins, compositor e guitarrista escocês super idolatrado no mundo todo (hit: “Girl Like You”). Ele não toca mais guitarra depois dos 2 derrames que sofreu, mas cantou feliz e carinhoso com o público. Foi no mesmo palco que, no dia anterior, mostrou J Mascis (Dinosaur Jr),  que vi na surpresa. Foram dois shows com as pessoas se emocionando.

    southEdwyn Collins

    O rap brilhou no “meu” SXSW.

    Uma noite vi a seqüência Cool Kids e Das Racist, que tira qualquer seriedade do rap. No final do show os Das Racist até avisam: “a gente sabe fazer rap sério também, hein”. Difícil assistir os caras sem rir e imaginar como uns tipos tão estranhos montaram uma banda e como são fora do palco. E porque tinha tanto cara estranho cantando no palco com eles que não são da banda.

    Odd Future são uns maníacos que eu não queria conhecer fora dali. Aliás, aconselho ninguém querer nem assistir um show deles de perto do palco. Os 11 moleques de LA dão uns pulos kamikazes de cima das caixas de som de 10 m de altura EM PÉ, na platéia. Xingam todo mundo, arremessam coisas e incitam o público a subir e pular também. Eles eram uma das bandas mais esperadas e comentadas do SXSW, além da turma do rap, pelo caos que causam. E realmente qualquer banda depois deles parece ter 87 anos e ser absurdamente careta.

    Voltando para o lado bem humorado do rap, houve um movimento “rappers travestis encontram funk carioca” nas performances de Big Freedia e Vockah Redu.

    As duas são negões gigantes de New Orleans. Big Freedia, tem cabelo, make e rebolado de mulher e voz de muito macho. E a galera sobe para rebolar com ele, free style.

    Vockah Redu tem quatro dançarinos e juntos fazem coreografias absurdamente bem ensaiadas com saltos e acrobacias entre as reboladas de bunda até o chão.

    Entre todos os SXSW que cada um pode fazer, existe o SXSW do sofrimento, do que você perdeu. Eu já sofri com o que os amigos contaram dos shows do FM Belfast, Bosco Delrey, Okkervil River, Tune Yards, Strokes, Kanye West, TV on the Radio… e mais uns 800. Sei que quando começar a ler as matérias do festival vou sofrer mais ainda ao perceber que o que eu vi e estou contando é um centésimo do que aconteceu. E que a vastidão e a profundidade de tudo o que acontece em um SXSW, de bandas a movimentos que nascem e aparecem, a gente só vai entender daqui alguns meses ou anos. Se entender.

    Não deixe de ver
    Sabrina Sato como nova embaixadora da Hope, as denúncias envolvendo a Zara e a H&M e o desmatamento no Brasil, a nova coleção da Dod Alfaiataria e muito mais
    Roberto Cavalli morre aos 83 anos
    Skinny x wide legs: uma preferência geracional?
    COLLAB DO ANO? NIKE E BODE LANÇAM SUA AGUARDADA COLEÇÃO
    Confira o calendário de desfiles da SPFW edição 57
    Anitta, Cher e Demi Moore na abertura da exposição da Dolce & Gabbana, em Milão
    Como Beyoncé ajudou a subir as ações da Levi’s
    Gisele Bündchen no Rio para o lançamento de seu segundo livro, a nova diretora criativa da Bulgari, o brasileiro vencedor de prêmio da Chanel e muito mais
    Contemporâneo Showroom comemora 20 anos com edição na Bienal
    Slingback: o sapato para virar sua aposta agora!