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    Sexo, indefinido: mundo da moda reacende debate sobre gêneros
    Sexo, indefinido: mundo da moda reacende debate sobre gêneros
    POR Redação

    CANDY 1 from Luis Venegas on Vimeo.

    Lea T. e seu repentino status de transex superstar da moda é só a ponta do iceberg. Afinal, a cultura do crossdressing-trangêneros-travestis-e-afins vem há algum tempo retomando força. Só no ano passado, por exemplo, vimos a primeira revista inteiramente segmentada _a “Candy”, de Luis Venegas. Agora em sua segunda edição, a publicação independente mostrou ainda mais vigor com seu time de fotógrafos e modelos consagrados _James Franco de mulher na capa não é pouca coisa, ainda mais num retrato de Terry Richardson.

    Hercules 9, Mariano Vivanco from Luca Finotti on Vimeo.

    A “Hercules Magazine”, uma da publicações mais legais dos últimos tempos, também dedicou boa parte de sua nona edição ao movimento. A “i-D” _uma das primeiras revistas, junto com a “The Face” lá nos anos 80, a celebrar o transsex, dragqueens e travestis_ dedicou uma seção especial para as figuras mais “exuberantes” da noite londrina em sua edição especial de aniversário.

    Ainda na moda, talvez Riccardo Tisci, na Givenchy, seja o responsável por alçar o “travestismo” a proporções nunca antes imaginadas ao escalar sua musa, amiga e então assistente, a transex brasileira Lea T., para campanha da coleção inverno 2010 da marca. Meses depois, a mesma Lea apareceu caminhando no desfile masculino da grife para o verão 2011, e mais tarde também vestiu um vestido todo branco, com rendas e muitas transparências para a apresentação do inverno 2010 de alta-costura.

    Paralelamente, veio todo buzz da mídia especializada. “Vogue Paris”, “Vogue Itália”, “WWD” e “The Telegraph” foram apenas alguns dos veículos de peso que dedicaram algumas linhas _às vezes algumas páginas_ aos perfis e matérias sobre Lea.

    andrej-pejic-vogue-turquia-novembro-2010Andre Pejic em editorial da “Vogue” Turquia de novembro de 2010 ©Reprodução

    Mas Lea não foi a única. Durante os desfiles masculinos de junho e julho deste ano uma outra figura andrógina deixou editores em dúvida sobre o que estaria uma menina fazendo no casting masculino de estilistas como Paul Smith, Jean Paul Gaultier, John Galliano e Raf Simons _que, aliás, teve o famoso filme-ícone da cena underground de Nova York, “Paris Is Burning”, como uma de suas inspirações para temporada. Na verdade, tratava-se de um menino, o australiano Andre Pejic, com uma deliciosa obsessão pelos ícones pop da contracultura britânica _leia-se: Boy George, Ladynoise, Tasty Tim e The Divine David.

    Falando em Londres, Inglaterra, talvez seja lá o epicentro desse revival super-tranny. Das festas underground do East End, passando por galerias de artes conceituais até redes de televisão como a BBC, a cultura do crossdressing e transgêneros está por toda parte.

    8982Obra de Marc Quinn na The White Cube Galery ©Reprodução

    Recentemente, na galeria The White Cube, no Hoxton Square em Londres, o artista plástico Marc Quinn mostrou uma série de esculturas em bronze baseadas no ator pornô Buck Angel, uma transexual feminina _uma mulher que virou homem, mas que decidiu manter seus órgãos genitais femininos. Em posições andróginas ou praticando sexo com outras figuras do mais exótico transexualismo, as obras receberam consideráveis criticas elevando-as de mera exploração dos limites sexuais à conseqüências da biologia avançada sobre os fundamentalismo da humanidade.

    Durante o London Lesbian and Gay Film Festival desse ano, David Hoyle, celebridade da noite londrina, mais conhecido como The Divine David, estrelou seu primeiro filme, “Uncle David”. Em sua primeira obra cinematográfica, David interpreta um pedófilo que assassina seu amante adolescente com duas injeções de heroína para “salvá-lo” da sociedade do consumo. O filme tagueado como radical pelo festival, acabou recebendo uma aceitação jamais prevista por membros mainstream da indústria do cinema e televisão local.

    Falando em televisão, a BBC é responsável pela produção e transmissão de “Worried About The Boy”, série que revisita a vida de Boy George nos anos que antecederam sua fama nos anos 80.

    Do outro lado do oceano, nos EUA, RuPaul emplacou um verdadeiro sucesso de audiência _e aceitação_ com sua Drag Race, um tipo de Project Runway mixado com America’s Next Top Model, só que no caso: America’s Next Top Drag.

    Em solo nacional, tivemos a recente notícia de que o cartunista Laerte havia aderido ao crossdressing. Pouco antes, o documentário “Dzi Croquettes” nos lembrava de quão antiquados e conservadores nos tornamos ao longo dos últimos anos. Antes uma questão de gêneros, depois a mais pura expressão artística, hoje uma lembrança, talvez, de que precisamos deixar a caretice e conservadorismo de lado e abraçar o novo, aceitar o diferente.

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