Enquanto aguarda a sentença do processo que responde por ser acusado de antissemitismo, John Galliano se despede de vez da esperança de retomar o posto de diretor criativo da marca que leva seu nome. Para dar fim aos boatos de que ele poderia voltar a comandar a grife, a LVMH anunciou o nome de seu substituto, Bill Gaytten, que trabalhou ao lado do estilista por 23 anos.
A deixa para o comunicado foi o desfile da grife na semana de moda masculina de Paris, na última sexta (24.06). O designer falou ao portal “WWD” e não se mostrou intimidado pela nova função. “É o mesmo trabalho para mim, tenho feito isso há um longo tempo. Mas desta vez foi diferente pois Galliano não estava lá e estou morrendo de vontade de saber o que ele achou”, disse. E o que será que ele vai achar dos looks que parecem ter sido inspirados no próprio Galliano? A partir de agora, é de Bill Gaytten o posto de diretor criativo de todas as linhas da marca.
Nascido na Inglaterra, Bill estudou arquitetura na Escola de Arquitetura Bartlett, na University College, em Londres. Antes de ser contratado pelas grifes John Galliano e Dior, trabalhou com Victor Edelstein, estilista britânico que desenhou vestidos para a princesa Diana e outros membros da realeza nos anos 80.
Ainda não se sabe, no entanto, quem substituirá o estilista na Christian Dior. Riccardo Tisci, da Givenchy, Sarah Burton, da Alexander McQueen e, mais recentemente, Azzedine Alaïa foram nomes cotados para tomar o posto deixado por Galliano. Alaïa teria inclusive negado prontamente o convite, segundo o “Financial Times”. Ele, que lança suas coleções em seu próprio timing, não concorda com o ritmo alucinante da indústria, além de ter falado que não quer ser mais um capítulo nessa triste história.
Na semana passada, segundo o “WWD”, Galliano apareceu diante da corte em Paris e afirmou que estava sob um stress fora do comum e que chegou a tomar remédio para dormir durante o dia. Para poder manter sua marca viva, ele fechou vários licenciamentos, que o obrigou a triplicar suas horas de trabalho, a ponto de mal poder enterrar o pai. Essa história ainda vai dar o que falar e, certamente, vai mexer com a forma como a máquina da moda funciona.
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