O interior da loja da Jimmy Choo de São Paulo no dia 11.05 ©Mariana Malheiros
Na quarta-feira (11.05), Brian Henke, presidente da Jimmy Choo USA, e Savvas Kaminarides, vice-presidente de wholesale, estiveram em São Paulo para um almoço no Shopping Cidade Jardim com clientes fieis da Jimmy Choo e para pesquisar localidades brasileiras para as novas lojas da marca no país – logo depois de visitar a capital paulistana, os dois partiram para uma visita ao Rio de Janeiro.
O FFW aproveitou para conversar com Brian Henke que, simpático e muito otimista, falou sobre os planos de expansão da empresa e as avaliações do mercado brasileiro:
Quais foram os maiores desafios que você enfrentou quando assumiu o cargo de presidente da Jimmy Choo USA, em 2007?
A companhia havia acabado de ser comprada aquele ano pela TowerBrook [Capital Partners] e crescido bastante, então ela estava em uma ótima posição para continuar se expandindo. A minha posição era nova naquela época; antes disso, muitos setores da companhia tinham que reportar diretamente para Londres, então o objetivo real era unir tudo e criar uma sinergia e uma sincronicidade maior – esse era provavelmente o maior trabalho a ser feito no início. O Savvas [Kaminarides, na foto abaixo, à direita de Henke] está na companhia há nove anos, então ele está nesse processo há bastante tempo e, juntos, queremos continuar sendo fieis à filosofia da marca e da companhia no que diz respeito a abrir nossas lojas, desenvolver nossos canais de atacado e, claro, como aqui no Brasil, conquistar novos mercados.
Hoje há muitas grifes de sapatos de luxo disputando um lugar no mercado; na sua opinião, qual é o espírito da Jimmy Choo e o que diferencia essa marca?
Antes de tudo eu preciso dizer que tenho todo o respeito pelas marcas existentes, porque não é fácil criar e dirigir uma marca como nós fazemos: nós somos parte de um time, há muitas pessoas envolvidas, e eu acho que os últimos três anos foram muito desafiadores para todos os negócios. Acho que uma das coisas que fazem a Jimmy Choo ser muito única é a nossa fundadora Tamara Mellon – o fato de ela ser uma mulher e criar acessórios e sapatos para mulheres é muito particular nesse mercado; muitos dos nossos competidores não têm isso. Nós ouvimos de muitas consumidoras que isso significa muito para elas. E também, algo muito único é que nós temos um senso de equipe muito forte na companhia. Por maior que a empresa pareça para quem vê de fora, ela ainda é uma organização muito pequena, todo mundo conhece todo mundo, então há esse forte senso de equipe. E outra coisa é relativa aos produtos que desenvolvemos: a companhia realmente se esforça em se manter fiel à filosofia original de produtos italianos feitos com manufatura de qualidade, com um cuidado em produzir peças que são consideradas de investimento para o guarda-roupa feminino, mas que também são atuais, de acordo com as tendências da temporada.
Quais são os planos para o futuro? No começo do ano foi reportado que a Jimmy Choo entraria no mercado de sapatos masculinos e womenswear feminino – como vão essas atividades?
A nossa fundadora e diretora de criação Tamara Mellon sonha alto, e a visão dela é transformar a Jimmy Choo em uma marca bilionária voltada para ambos os sexos. Os sapatos masculinos já foram lançados, e devem chegar às lojas pela primeira vez em julho nos nossos atacadistas, lojas especializadas e pontos estratégicos de lojas de departamentos. Eles não devem ir para as nossas lojas Jimmy Choo por enquanto, porque como você pode ver, é um ambiente muito feminino.
E quando ao womenswear?
Tem se falado bastante nisso e as pessoas têm especulado muito; o que eu acho é que nenhuma categoria de produto está fora da nossa possibilidade. Nós lançamos uma fragrância em fevereiro que tem sido incrivelmente bem sucedida!
A campanha da primeira fragrância da Jimmy Choo, estrelada pela própria Tamara Mellon ©Divulgação
Quais são os planos de expansão da empresa na América Latina e especialmente no Brasil? Já há planos de aberturas de novas lojas?
Nós definitivamente planejamos abrir mais lojas; vemos um potencial muito grande tanto aqui em São Paulo quanto no resto do Brasil. Então em conjunto com os nossos parceiros da JHSF nós estamos pesquisando o local da nossa próxima. Mas nós estamos extremamente satisfeitos aqui; só se passaram cinco meses e nossas expectativas já foram ultrapassadas. Há muito potencial em toda a América Latina. Temos uma loja na Cidade do Panamá; desenvolvemos negócios no México; e estamos fazendo pesquisas em outros países também.
Por falar no mercado brasileiro, a Jimmy Choo tem algum dado a respeito da preferência das brasileiras? O que elas procuram, o que querem comprar?
Eu não digo isso para parecer arrogante, mas, de verdade, tudo está vendendo. Tudo. Eu posso te levar para dar uma volta na loja e ir tirando os produtos das prateleiras e mostrar sapatilhas com sola de couro ou de borracha, ou sandálias simples, espadrilhas, sapatos clássicos para o dia com saltos variados, ou plataformas… tudo! Realmente, não há apenas uma consumidora. Acho que essa era a sua pergunta, qual é essa mulher: a clássica, mais lady, ou a fashionista, ou a sexy e feminina; nós estamos felizes porque ela é tudo isso.
E falando em Brasil e no gosto da brasileira: há algumas semanas houve o caso de uma companhia local que fez uma coleção com peles animais que causou polêmica e as peças acabaram sendo retiradas das lojas. Qual a posição da Jimmy Choo a respeito do uso de peles e couro de animais?
Nós não fazemos comentários públicos a respeito desses assuntos. Há muita coisa que é parte do DNA da marca, e os produtos falam por si mesmo. Os designers não criam coisas se os consumidores não as compram. Eu respeito a opinião de todas as pessoas, mas isso é realmente tudo que posso dizer sobre isso.
Imagens da campanha Verão 2011 da Jimmy Choo ©Reprodução