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    Pensata da Palô #1: blogs, Twitter, Suzy Menkes, Slimane e Prada
    Pensata da Palô #1: blogs, Twitter, Suzy Menkes, Slimane e Prada
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    Blogueiros e twitteiros vêm sendo o assunto desta temporada de desfiles internacionais – tanto o quanto o foram na estação brasileira, sendo que, na internacional, naturalmente, a extensão das discussões é de fato global.

    Top-blogueiros nas primeiras filas; Tavi na comissão do CFDA; a onda de gente twittando de backstages e salas de desfiles. Nesse novo Big Bang noticioso, alguns tweets e posts importam mais, outros menos. Mas o Follow e o Unfollow estão aí justamente pra separar o joio do trigo dos nossos Tweetdecks e, portanto, da nossa atenção. Na internet, lemos apenas aquilo que nos interessa, já que não pagamos por este conteúdo. Não é como uma assinatura de jornal, em que o leitor se sente patrão do jornalista porque paga mensalmente para receber em sua porta aquela pilha de papel.

    Se muito desse conteúdo parece fútil a muitos olhos, é (também) com frivolidade que se faz a moda. E detalhes por fora bobos ajudam a compor o espírito de cada momento. E é dele que corre atrás quem com isso trabalha ou quem isso acompanha. A modelo que abriu o desfile, a editora que estava na sala de desfiles, quem cumprimentou ou não quem, quem estava na fila B, o sitting, como estava vestida tal stylist, o novo cabelo de fulana, onde era a festa, quem foi, o restaurante do momento e por aí vai.

    Nessa grande nuvem que se formou sobre os desfiles, um elemento já desponta como positivo: trouxe de volta um mínimo de interesse e atenção para este ambiente. Depois que a crise (não de grana, mas de relevância) instalou-se sobre a moda, foi justamente a tecnologia que trouxe Fashion de novo aos Trending Topics online e offline.

    Nesta temporada, fashionistas pão-com-ovo de todo o mundo estão se arvorando em opiniões sobre a Prada. O que é bom. Me lembro no início dos anos 1990, quando comecei a cobrir desfiles. Se você não estivesse lá dentro da sala de desfiles, babau. Era torcer pra sair uma fotinha no Herald Tribune e esperar a “Collezzioni” meses depois para ver o resto. Isso se você pudesse desembolsar uma bica pela revista. E se ela chegasse numa banca a seu alcance. Os editores (e estilistas) que frequentavam as temporadas internacionais naquelas épocas colecionam histórias mirabolantes do que fazíamos para entrar nos desfiles, com causos que dariam certamente o mais saboroso livro sobre a moda brasileira. O Brasil não era importante e um convite para ver uma grife famosa era como o ticket dourado de um chocolate Wonka.

    Suzy Menkes recentemente fez um artigo sobre esse novo momento. Meio mágoa. Talvez corporativista, como muitas vezes tendem a ser os jornalistas. É bobagem lutar contra blogs e tweets, quase como ir contra o Cinema Falado. Tanto que depois até mesmo esse verdadeiro baluarte da crítica de moda mudou de ideia!!!

    Veja o vídeo onde Suzy Menkes reconhece a importância dos blogueiros de moda

    On Fashionblogs from Mary Scherpe on Vimeo.

    Atualmente não precisamos mais estar dentro da sala de desfiles para entender, analisar e mesmo para criticar uma coleção. A ansiedade e a rapidez de tudo não carece disso. Se é melhor estar lá dentro? Sempre que possível. Porém, nos dias de hoje, do budget à disponibilidade de tempo e de deslocamento de cada um… Olhaí a Anna Wintour, que ficou em Milão somente três dias, despertando a ira da indústria italiana e do restante da mídia. Nesta temporada, de desfiles em tempo real transmitidos pelos próprios sites das grifes (ah, se fosse assim quando comecei…), dos sites e blogs e twitteiros literalmente transportando você para lá, pessoalmente fico com a segunda hipótese.

    Fecho também com uma das grandes antenas da moda deste início de século, Hedi Slimane, numa entrevista (concedida por email) no blog do Style.com que vale dar um Delicious.

    Ele diz que todo esse momento nos obriga a pensar de um jeito mais fresco, e ressalta também a oportunidade de marcas se lançarem e conseguirem atenção pela web, entre outras posições de bom senso sobre estas questões.

    Voltando à Prada. Ao colocar modelos mais fornidas em sua passarela, pela primeira vez a atenção saiu das roupas e foi para o casting. E somente agora nosso olhar passa a clicar o slideshow para ver os vestidos, mantôs e capris da coleção. Volto a dizer: Miuccia dá o que não sabíamos que queríamos. E se não queríamos simplesmente passamos a querer.

    + Veja a coleção completa da Prada Inverno 2010

    Gostar ou não gostar da Prada nem é a questão. A marca sempre dá um jeito de tornar tudo maior, mais político, emblemático. E, por ironia, taí um desfile em que faz toda a diferença estar dentro da sala de desfiles para compreender na totalidade, em todas as suas nuances, o pensamento único de La Signora e sua maravilhosa equipe, comandada com brilhantismo e generosidade por Fabio Zambernardi.

    A moda é uma mídia, e como tal, a comunicação importa, sim.

    Para encerrar essa pensata inaugural aqui no FFW: depois de 15 anos cobrindo o prêt-à-porter internacional e de batalhar anos e anos para entrar no desfile da Prada, no que sempre contei com as luxuosas ajudas de meu irmão Giovanni Bianco, Antonella e do próprio Fabio, um belo dia meu convite chegou – e pela primeira vez na fila A. Depois disso, não voltei mais aos desfiles de Milão. Será porque já tinha chegado onde queria? ; -)

    Erika Palomino

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