O multiartista britânico Trevor Jackson

Quem se lembra de Trevor Jackson? Ele explodiu no início do movimento electro, junto com Miss Kittin, Peaches, The Raptures, Tiga, Maximilian Hecker e outros artistas, muitos integrantes do selo alemão Kitty Yo, do Kitsuné e do próprio selo de Jackson na época, o Output Recordings. Trevor era o cabeça do projeto Playgroup, que teve vários sucessos de pista, como “Make it Happen” e “Number One”.

KK Outlet, em Londres

Além de DJ e produtor, Trevor também é artista gráfico e diretor de arte e é nessa área que está direcionando sua energia no momento. Pela primeira vez ele produziu obras especialmente para sua primeira exposição individual, que está em cartaz no KK Outlet, lugar bem bacana em Hoxton Square, Londres, que combina agência, galeria e livraria.

Em uma entrevista para a “Wallpaper“, ele diz que sempre foi um consumidor voraz de imagens, mas que hoje em dia não quer ser mais bombardeado por elas e busca a simplicidade. “Perdi um amigo próximo no ano passado e precisava me concentrar em algo que fizesse eu me sentir melhor. Nunca havia feito nada tão pessoal antes, foi uma experiência realmente catártica”.

Imagens que estão na exposição “Nowhere”

A mostra se chama “Nowhere” e traz estudos de fotos e vídeos que exploram temas como honestidade, simplicidade, manipulação e ego. É, de fato, bastante autoral, um tipo de trabalho que nunca teve muito espaço em sua vida e bem distante de sua porção de designer gráfico. “Há uma diferença enorme entre arte e design gráfico. Meu trabalho é muito diverso e eu nunca tentei achar um estilo, apesar de que há um elemento em comum que pontua minhas obras, como a relação entre som, imagem e cor”. Ele cita seu show visual, “RGBPM”, exibido no Imax de Londres, em 2007, como seu exercício mais forte, que reúne o que vem explorando em termos de som, ritmo e imagem. “Mas nunca havia me expressado tão livremente como agora”, diz, em relação a sua exposição.

Sobre Trevor Jackson

O produtor foi um catalisador de novidades na música no início dos anos 2000. Ele esteve por trás de muito material novo de áudio e  visual. Suas letras em bold, uma de suas marcas registradas como designer, aparece em diversas capas de discos, como na da dupla Chromeo e do projeto Junior Boys. Pela Output Recordings distribuía os álbuns do The Rapture, Four Tet e LCD Soudsystem e coleciona remixes para Massive Attack, UNKLE, U2, DJ Hell, Gossip, Franz Ferdinand e muitos outros.

Projeto gráfico do CD do Chromeo

Seus projetos de design gráfico foram exibidos em coletivas em instituições culturais, como o Barbican e o ICA, em Londres, e o Guggenhein, em Nova York, este em uma mostra sobre o minimalismo. E desenvolveu projetos gráficos para Coca-Cola, Nike, Uniqlo, Colette, Puma, Comme Des Garçons, MTV, Visionaire, EMI, Kitsune…

E para fechar, ele também é mencionado em diversos livros dobre design, entre eles, a enciclopédia “Graphic Design & Designers”, e o “Design After Dark: The Story of Dancefloor Style”, ambos publicados pela Thame & Hudson.