Quanto mais o mercado de luxo cresce, mais falsificações são produzidas. Enquanto em países como França, Itália e Estados Unidos o consumidor aperta os cintos nos gastos, nas nações consideradas “emergentes” o número de vendas só tem aumentado.
A China, como o Brasil, a Índia e a Rússia, faz parte desse grupo de países que crescem continuamente. A moda, é claro, acompanha esse processo de evolução financeira. Esta “febre” por artigos de luxo, no entanto, tem chegado a um nível que às vezes parece exceder o limite da normalidade: em lojas online chinesas, sacolas de papel que imitam os logos de grandes marcas, como Louis Vuitton, Chanel e Gucci, estão entre os itens mais vendidos.
Em uma rápida pesquisa pela internet, é possível encontrar sacolas cujos preços variam de cinco a 40 yuans (valor que em reais está em torno de 1,45 a 11,60). Segundo o jornal “China Daily”, a loja virtual de Xuesheng Wang, comerciante e dono de uma fábrica local, já vendeu mais de 600 sacolas de papel copiadas da Louis Vuitton, além de caixas do mesmo material estampadas com os famosos logos. Cobrando aproximadamente R$ 0,90 (3 yuans) por produto, Wang contou que, em princípio, os compradores eram majoritariamente pessoas que revendiam bolsas falsas e que esse público agora abrangia uma gama de consumidores muito maior, incluindo até gente que quer os itens apenas para aparentar possuir um padrão de vida mais elevado.
A infração de leis autorais, neste contexto, não é o único fator preocupante. O mercado de moda, especialmente em se tratando de seu segmento de luxo, tem a intenção de gerar desejo e incitar sonhos, mas até que ponto esse desejo é saudável é uma questão a se pensar.