Constance Jablonski em entrevista ao FFW ©Juliana Knobel
Constance Jablonski é uma jovem normal — exceto pelo pequeno detalhe de que ela é a top número 6 do mundo no ranking do site models.com. Descoberta em sua cidade natal, Lille, no norte da França, ela nunca havia pensado em trabalhar com moda, e só ingressou nesse meio por causa de um empurrãozinho fraternal: sem que ela soubesse, seu irmão mandou fotos dela para uma agência de modelos que imediatamente reconheceu o potencial da adolescente.
Hoje dona de uma carreira sólida e de contratos importantes – ela é a primeira francesa a ser porta-voz da Estée Lauder – Constance mantém os pés no chão e revela uma atitude sem estrelismos. À convite de Luis Fiod, da Mint, ela fez uma visita-relâmpago a São Paulo para fotografar a campanha Verão 2012 da Authoria e o FFW aproveitou para bater um papo rápido com a modelo, que desmistificou o glamour da profissão.
E ela o fez com palavras e (ral)ação: com apenas um dia para fotografar a campanha, ela desembarcou em São Paulo no sábado (07.05) pela manhã, encarou a sessão de fotos, conversou com a imprensa e partiu para Nova York no dia seguinte à tarde, a caminho de um compromisso com a “Vogue” britânica. Apesar da correria, ela demonstrou profissionalismo e recebeu a reportagem do FFW com a mesma simpatia com que lidou com a equipe da sessão de fotos; no set da campanha, o staff era só elogios à modelo. Confira a conversa:
Antes de tudo, como você começou na carreira de modelo? É verdade que na verdade você queria ser jogadora de tênis?
Não, mas todo mundo diz isso (risos). Eu jogava bastante, mas não era boa o suficiente para ser uma profissional (risos). Eu teria adorado, mas não. Na verdade, eu estava planejando entrar para a escola de medicina.
E como você foi descoberta?
Na minha cidade, no norte da França, quando meu irmão enviou fotos minhas à uma agência, sem me contar. Eu sou muito próxima do meu irmão.
Ele também tem algum envolvimento com moda?
Sim, ele é um estudante, freqüenta o FIT, em Nova York, e é assistente de stylist.
E antes dele mandar as suas fotos para a agência, você tinha algum interesse em ser modelo?
Não, eu não tinha conhecimento algum sobre moda em geral, nada.
E qual foi a sua primeira impressão da indústria quando você começou a trabalhar?
Eu fiquei muito impressionada, porque tem as revistas, por exemplo: você vê revistas desde sempre, mas não sabe como elas funcionam, como são feitas. Mas uma coisa muito impressionante também foi conhecer os designers, artistas como o Lagerfeld.
Falando nisso, como é a sua relação com os estilistas? Tem um favorito?
Bom, eu tenho muitos favoritos (risos). Eu amo a Isabel Marant… e amo Dolce & Gabbana.
Agora que você já é uma insider da indústria e tem uma carreira sólida, quais os maiores equívocos que você acha que as pessoas cometem quando elas pensam em modelos?
A verdade é que é um trabalho muito difícil. As pessoas acham que é só glamour e diversão, mas não é (ela ri, meio suspirando). Eu acho que nem é tão glamuroso. Para ser sincera, é muito difícil, você tem que manter o pique. Pode soar superficial, mas as pessoas não se dão conta de como é pesado fazer cabelo e maquiagem todo dia; sua pele fica destruída, seu cabelo… eu nem quero falar do cabelo, fica tão danificado (risos)! E é difícil, você tem que ficar em pé o dia inteiro. É um esporte, é quase um esporte. E você tem que viajar pelo mundo sozinha, o que não é fácil porque você sente falta dos seus amigos e da família.
Mas claro, há as partes boas, também (risos)! É ótimo poder viajar, ter a oportunidade de conhecer as grandes cidades e outros países, e você conhece pessoas incríveis. Então é como em qualquer outra profissão, há as partes boas e as partes ruins.