Com traços limpos e precisos, sombreados delicados e belas combinações de cores, o trabalho da ilustradora Camila do Rosário (foto abaixo) é um caso de amor à primeira vista. E se os seus desenhos já chamam a atenção hoje, espera-se ouvir ainda mais dessa catarinense no futuro, com o refinamento de estilo e técnica que ela deve desenvolver com o tempo — pois há muito tempo: talentosa, Camila tem apenas 22 anos.
“Lembro das primeiras aulas de desenho no meu ano de estudo da UNERJ (Centro Universitário de Jaraguá do Sul), com a professora Vera Bagatoli, quando me deparei com o trabalho de muitos ilustradores, principalmente de moda. Comecei a querer fazer o que aqueles caras estavam fazendo, só que do meu jeito. Na tentativa de criar uma linguagem, fui explorando técnicas e conceitos, algo que ainda faço e espero poder continuar fazendo”, ela afirma em entrevista ao FFW.
Natural de Joinville, Camila mudou-se há quatro anos para Florianópolis para cursar a faculdade de moda da UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina), que ela deixou antes de se formar. “Conheci alguns bons professores e ainda gosto de estudar os autores que pensam sobre a moda, mas agora estou em busca de outras coisas, que não condizem com o curso que eu estava fazendo. Talvez eu mude para as plásticas, mas também não sei ainda”, ela conta, concluindo: “O meu caminho eu já estou seguindo, independente da instituição, que é a arte”.
E esse caminho começa a dar seus primeiros frutos: além de ter vencido, durante seu período na faculdade, o Primeiro Concurso de Ilustração de Moda organizado pelo Instituto Europeo di Design de Barcelona (IED) e pela “Marie Claire” espanhola, suas ilustrações têm ganhado a página de publicações importantes: recentemente, dois trabalhos seus saíram nas revistas “Serafina” e “Rolling Stone” brasileira.
“Maria Bonita” na “Serafina” 36; ilustração para a “Rolling Stone” Brasil, edição 54 ©Camila do Rosário
Em sua página no Flickr estão várias amostras de seus desenhos, datados desde 2009. E apesar de revelar sua técnica preferida — a caneta esferográfica, “ao mesmo tempo um material simples e complexo” –, Camila desconversa quando é questionada sobre qual seria a sua ilustração preferida: “Eu lembro de ter lido algo que o Picasso falou ao ser perguntado isso, e ele dizia que o que ele já fez não o interessa, a melhor obra é a que há de vir. Concordo com ele”.
Veja na galeria alguns dos trabalhos de Camila do Rosário: