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    “Não tenho a intenção de virar milionária”, afirma Isabela Capeto
    “Não tenho a intenção de virar milionária”, afirma Isabela Capeto
    POR Redação

    Isabela Capeto na inauguração da nova loja da marca em Ipanema ©Renato Wrobel/Divulgação

    Satisfeita com o sucesso da inauguração de sua loja em ponto “abençoado” do Rio de Janeiro, Isabela Capeto emanava energia positiva durante conversa com o FFW sobre a nova fase de sua marca. “Estou num momento super feliz, porque finalmente estou me reorganizando [após o rompimento da parceria com a InBrands]; mudei de um ateliê em Botafogo pra um galpão bem grande em Olaria, fechei a loja do Leblon e fui pra loja na Garcia D’Ávilla [em Ipanema]; é impressionante como saiu um peso”, ela afirmou. Animada, a estilista falou ainda sobre sua nova visão de mercado, seu trabalho 100% brasileiro e seus planos para o futuro – que incluem a abertura de um ponto em São Paulo! Confira abaixo os destaques da entrevista:

    Sobre as dificuldades de administrar uma marca de forma independente: “Eu acho que não é dificuldade, é facilidade. Isso pra mim, a minha opinião, porque você tem mais jogo de cintura, não tem tanta burocracia, regras… claro que você tem que ter regra, mas nesse mercado em que a gente trabalha, você mata um leão por dia, o varejo é muito complicado, a concorrência é brutal! O dólar está ótimo, e as minhas clientes viajam e compram fora, então você tem que inventar coisa o tempo todo. Hoje em dia, sozinha, eu tenho muito mais dinamismo, rapidez de inventar e fazer as coisas; é uma maravilha. Estou muito satisfeita de estar sozinha, de ter conseguido o meu nome de volta, porque não tem cabimento, meu nome é Isabela Capeto, daí vai ficar uma pessoa usando meu nome Isabela Capeto? Tem gente que não liga pra isso, mas eu achei estranho”.

    Sobre trabalhar com uma equipe enxuta: “Eu tenho uma equipe mínima! Essa coisa de ser enxuta, upcycling, de ter consciência, sustentabilidade, é tudo farinha do mesmo saco. Hoje em dia sou eu e uma assistente. Tem uma modelista, uma pessoa que empacota e revisa, uma chefe de produção, uma pessoa no financeiro. Nesse galpão, eu divido a mesa com a estoquista, a chefe de produção e o RH; com todo mundo junto, você sabe muito melhor as coisas que estão acontecendo. Toda sexta-feira a gente faz um almoço comunitário que cada um traz uma coisa, está muito mais legal, é impressionante como a minha vida mudou pra melhor. Mas foi difícil, tive que demitir pessoas que eu gostava, algumas pessoas me deixaram e foram embora (…). Tem que rolar envolvimento e uma coisa de acreditar, ficar amarradão, porque não dá pra ter a frescura de “isso eu não faço, só faço isso” – isso é uma estupidez, e só vai prejudicar a própria pessoa”.

    Assista ao vídeo da inauguração da loja Isabela Capeto em Ipanema:

    Sobre a nova loja na Garcia D’Ávila: “Foi uma super sorte, porque quando vi que tinha que sair do ponto [do Leblon], fiquei desesperada, pensando o que eu iria fazer se não achasse outro lugar: vender coisa em casa, fazer a sacoleira na casa das minhas clientes… daí conseguimos esse ponto, que é no baixo Garcia D’Avilla — porque não é muito a cara da marca estar ali naquele buchicho da Garcia, entre a Louis Vuitton, NK. A gente brinca que foi realmente uma benção, porque estamos entre os botecos Paz e Amor e Boa Sorte e a lavanderia Nossa Senhora da Paz! Na festa de inauguração a gente chamou a cantora Karina Zeviani; enfeitamos o Paz e Amor e o Boa Sorte com bandeirinha de bonequinha, e foi servido coxinha, pastel, chopp à vontade. Foi muito legal porque foram todos os meus amigos, o pessoal que me acompanha há um tempo, e foi bem a minha cara, teve um retorno dessas coisas que eu fazia antigamente”.

    Sobre os planos de expansão: “Tenho intenção de voltar pra São Paulo, quem sabe no ano que vem! O negócio é que é difícil um ponto. No Rio é mais fácil, você consegue fazer uma loja de rua, as pessoas caminham mais. A loja da Consolação eu adorava, e já tive no Iguatemi, mas não sei. Também quero voltar a fazer feira lá fora. (…) Vendemos pra muito pouco lugar, comparando com antes. Quase 40% da nossa produção era de exportação. Quando começamos, o dólar estava 4, 5 reais, então minha roupa chegava lá super diferente, fresca, novidade, por um preço ótimo. Só que quando o dólar foi abaixando, ela ficou o preço da Prada! E agora estou a fim de fazer outro tipo de produto. Reabri a primeira marca que eu tive, a Ibô, com pronta entrega em Ipanema, só com reaproveitamento de tecidos. É uma coleção upcycling, vou fazendo coisas novas com tecidos antigos”.

    Sobre o trabalho de produção artesanal da marca Isabela Capeto: “Eu gosto da roupa mais enfeitada, sempre acho que falta um detalhe, um miolinho numa flor, gosto dessa coisa 3D. E vou descobrindo as pessoas que fazem esses trabalhos; desde a Maria Bonita, por exemplo, eu já conhecia uma bordadeira que faz um trabalho que eu adoro, ela tem várias bordadeiras com ela, e vou construindo essa relação. Outro dia a gente estava pensando como a marca Isabela Capeto é 100% brasileira, porque eu só trabalho com tecido nacional e minha mão de obra é 100% nacional. É muito legal pensar que estou dando mão de obra pro meu país, estou ajudando. A maioria das roupas é feita na Índia e na China, por isso elas conseguem um preço tão mais baixo que o meu. Porque eu trabalho com as minhas bordadeiras por um preço justo, não exploro elas; não vou pagar ninharia. Tem poucas pessoas que fazem bordados no Brasil, mas as coisas do Nordeste, os trabalhos de linhas de Minas Gerais, nunca ficam com cara ou ranço de vulgar”.

    O último desfile de Isabela Capeto no Fashion Rio Verão 2011 ©Agência Fotosite

    Sobre o envolvimento pessoal com o trabalho: “Quando as pessoas começaram a ser juntar com grupos financeiros, começou essa coisa tão louca, capitalista (…) Eu falo que eu tive uma super oportunidade na minha vida, Deus me iluminou porque vi que eu não queria isso da minha vida, eu não tenho a intenção de virar milionária, eu quero dinheiro pra viver bem, ter uma vida alegre, tranquila, poder viajar com a minha filha, mas fazendo o que eu gosto… hoje eu voltei a ser o que eu era. Vou no ateliê do cinto do cara da favela, que eu conheço há um tempão, sento, escolho o courinho, pergunto se dá pra mudar isso, aquilo! Que delícia! Isso que eu gosto, isso me alimenta, me dá alegria, fico felicíssima de fazer isso!

    Sobre o motivo do sucesso da marca: “Não sei; acho que a minha marca é muito simples, apesar de ser sofisticada, de ter a coisa dos bordados. Sou super apaixonada pelo que eu faço. E ao mesmo tempo é uma marca simples, democrática, tem essa coisa de ser todo mundo muito unido, eu não tenho preconceitos. No dia na inauguração na loja foi uma graça, o cara do botequim vinha servir coxinha na quentinha. E isso deixa todo mundo à vontade. E é uma marca generosa, a gente tenta fazer o máximo de coisas legais pros outros, fazemos muito trabalho social, fazemos tudo que pedem pra gente; ajudamos porque é uma coisa legal e poxa, eu bolo uma camiseta em um minuto! E é uma coisa que vai fazer sucesso, vai ajudar, vai dar certo. As pessoas ficam com rancinho, egoísmo, um deslumbre, acho horrível! Eu não sou essa pessoa, nunca fui, e a minha marca reflete o que eu sou; sou uma pessoa que conversa com todo mundo, tento ser simpática, sou uma pessoa normal, simples, falo com as pessoas, alegre, adoro viver, amo minha vida, nossa, amo minha família, minha filha, adoro a minha marca. Sempre foi o meu sonho! Desde que eu tinha 15 anos de idade eu sonhava em ter a minha marca. Aí aconteceram tantas coisas, e eu consegui ter de novo? É ótimo!”.

    + Relembre as apresentações de Isabela Capeto na nossa seção Desfiles!

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