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    FFW TV disponibiliza palestra legendada de Jean Paul Gaultier no Rio de Janeiro
    FFW TV disponibiliza palestra legendada de Jean Paul Gaultier no Rio de Janeiro
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    jean paul gaultierFarida Khelfa, Jean Paul Gaultier e Camila Yahn ©Renata Ambrósio

    No ano passado, o Rio de Janeiro sediou uma palestra com um dos mais importantes criadores de moda: o francês Jean Paul Gaultier veio ao Brasil para apresentar o documentário “Jean Paul Gaultier ou les codes bouleversés”, dirigido pela ex-modelo Farida Khelfa.

    À convite da Luminosidade, o estilista participou de um bate-papo promovido pelo FFW que lotou o auditório do Teatro Tom Jobim, no Jardim Botânico. Com Farida e Camila Yahn, editora do FFW, ele conversou sobre seu processo criativo, as dificuldades e inseguranças do início de carreira, e os figurinos que criou para Madonna e também para filmes de Almodovar e Luc Besson. Essa palestra na íntegra está disponível com legendas na FFW TV ou através dos links abaixo. 

    Gaultier contou como começou, sem dinheiro, sem nada, apenas com muita vontade e paixão pela moda. Aos 18 anos foi trabalhar para Pierre Cardin, com quem aprendeu muito do lado da arte e do business desta profissão. Ele disse que esse tempo de aprendizado é fundamental para qualquer pessoa que queira ser estilista, pois dá uma riqueza de experiência e conhecimento importante para preparar os profissionais para o mercado.

    jean-paul-gaultier-verao-2012Algumas das modelos do desfile Verão 2012 de Jean Paul Gaultier ©ImaxTREE

    Desde o início gostava de mostrar as mulheres de formas diferentes e, ao vestí-la com roupas masculinas, queria retratar a força da mulher. Ao mesmo tempo, falava sobre a fragilidade masculina ao vestir saias nos homens e, mais recentemente, colocar o modelo Andrej Pejic desfilando como se fosse uma menina. Em seus castings há mulheres gordas, tatuadas, baixas, grávidas, magras, altas — todas pessoas interessantes e com estilo próprio. “Eu gosto de pessoas. O importante para mim é a personalidade”, ele disse.

    Outra mania de Jean Paul é a listra Breton, que nasceu na França e é um dos símbolos dos marinheiros. Há muito tempo ela é uma de suas principais marcas registradas e aparece de diversas formas e materiais, em desfiles de Prêt-à-Porter e Alta-Costura, em linhas de decoração e também nos frascos de perfumes, como o Le Male. Tudo começou quando ele fez uma capa de chuva com o forro listrado e recebeu um conselho: ficaria melhor ainda se as pessoas pudessem ver essas listras, se você marcasse seu estilo através delas. E desde então, Gaultier passou a ser associado ao estilo navy.

    jean-paul-gaultier-madonnaJean Paul Gaultier e Madonna ©Reprodução

    O estilista fez o figurino de turnês de Madonna, “Blonde Ambition” e “Confessions Tour”. Depois de elogiar a cantora e relembrar a época com saudosismo, ele contou uma ótima história: quando era criança tinha um urso de pelúcia chamado Naná. E era em Naná que fazia todas as experiências de moda. Quando viu uma vez na TV uma cirurgia de seio, também “operou” os peitos de Naná. E foi também no ursinho que ele fez os primeiros protótipos do que viria a ser o sutiã cone, uma das peças mais icônicas e inesquecíveis que criou para Madonna.

    Além da música, Jean Paul também trabalhou bastante com cinema. Só com Pedro Almodóvar, fez figurinos para três filmes: “Kika”, “Má Educação” e o mais recente, “A Pele que Habito”. Também esteve por trás das roupas de “O Quinto Elemento”, de Luc Besson, outro trabalho bem emblemático de seu estilo, com as roupas em tiras, tipo bondage, da personagem Leeloo, interpretada por Milla Jovovich. Em trabalhos assim, ele conta que é esperado que ele imprima suas marcas, mas a partir de um briefing e também respeitando o universo imagético do filme.

    jean-paul-gaultier-palestraPlateia lotada no Teatro Tom Jobim, no Jardim Botânico ©Renata Ambrósio

    Quando questionado se ele é um dos únicos grandes estilistas que não se renderam à moda como uma grande corporação, ele diz que não faz as roupas para inspirar ou fazer as pessoas sonharem, mas sim porque quer causar desejo e que o público vista suas criações. Mas que muita coisa que faz tem um viés mais conceitual e ele entende que é compreendido por uma parcela pequena de pessoas e é aqui que ele deixa sua maior lição: “Que moda não seja confundida com arte. Para ser um estilista, tem que se trabalhar muito. Eu me sacrifiquei a minha vida inteira. Deixei de conviver com pessoas ou viver experiências por causa do trabalho, que é muito. E hoje não é como antes, quando você só criava. Precisamos estar cientes de tudo o que acontece com a marca, os investidores cobram resultados e ao mesmo tempo tenho que me manter verdadeiro comigo mesmo. Moda não é arte. Se você quiser fazer arte, deve trabalhar com outra coisa e não com moda”.

    jean-paul-gaultier-rio-de-janeiroFeliz, ao sair do evento, Gaultier é alvo de muitos flashes e pedidos para fotos ©Renata Ambrósio

    Assista aos vídeos das palestras de Jean Paul Gaultier abaixo:

    Parte 1:

    Parte 2:

    Parte 3:

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