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    Marc Jacobs: “Eu não sei qual é a chave para a felicidade”
    Marc Jacobs: “Eu não sei qual é a chave para a felicidade”
    POR Redação

    Marc Jacobs em entrevista para o “The Talks” ©Reprodução

    Marc Jacobs, estilista responsável pela direção criativa da tradicional marca francesa Louis Vuitton, que desfila seu Inverno 2012/13 nesta quarta-feira (07.03) na Semana de Moda de Paris, concedeu em janeiro uma entrevista à revista online “The Talks”. Na ocasião, o americano falou sobre seu trabalho como designer, felicidade e sobre a transformação física que empreendeu nos últimos seis anos e que resultou em uma grande modificação em sua saúde e sua autoestima.

    Sr. Jacobs, como você descreveria o seu grande objetivo como designer?

    Fazer coisas boas e divulgá-las para que as pessoas possam apreciá-las.

    Os designers estão vendendo uma imagem mais do que roupas hoje em dia?

    Não, eu não acho. Diferentes pessoas compram por razões distintas, mas eu não acho que estejamos vendendo uma imagem. Eu acho que estamos vendendo produtos e esses produtos têm um tipo de integridade intrínseca ou algum tipo de estética ou sensibilidade. Se é uma camiseta ou se é um vestido de festa, a abordagem (“approach”) a eles é exatamente a mesma: é algo que queríamos fazer. Então eu realmente não acho que estamos vendendo uma imagem. As pessoas podem comprar por quaisquer motivos que queiram, mas nós basicamente só nos envolvemos na criação das coisas.

    Yves Saint Laurent disse em seu discurso de despedida: “Eu agora compreendo que o mais importante encontro na vida é o encontro consigo mesmo”. Você já alcançou esse momento?

    Eu sinto que me conheço muito bem a esta altura. Eu ainda tenho a mente aberta e ainda sou meio curioso e me maravilho com as coisas, mas eu me sinto bem forte como pessoa e desenvolvi certa confiança e certa autoconsciência. Isso não torna a vida fácil todo o tempo, mas me dá uma certa força que talvez tenha levado bastante tempo para desenvolver.

    O sucesso é a chave da felicidade?

    Eu não sei, eu não sei qual é a chave para a felicidade. “Feliz” é só mais um sentimento como qualquer outro sentimento. Eu certamente me sinto feliz alguns dias e, em geral, sou bastante feliz, mas tenho todos os outros sentimentos também. Então, eu não sei se existe uma chave. Talvez os budistas estejam certos ao meio que honrar todos os sentimentos e ir com o fluxo. E aí eu acredito que você não tenha problemas.

    O sucesso e as constantes bajulações podem distrair?

    Bem, eu apenas faço meu trabalho. Eu realmente não me distraio por isto. Coisas boas são muito boas de escutar e é lisonjeiro quando se é dado algum tipo de reconhecimento, mas nada disso me distrai do que o meu trabalho é, do que sempre tem sido: criar coisas. E, honestamente, não importa o quão lisonjeiro ou até não lisonjeiro algo seja, não me impede de levantar e ir trabalhar e fazer o que eu amo fazer.

    Marc Jacobs: antes e depois da “transformação” ©Reprodução

    Você fez uma imensa transformação na sua imagem ao longo dos últimos seis anos. Entrar em forma fisicamente foi uma necessidade a fim de alcançar a imagem que você pensava ser melhor para você e sua marca?

    Não, eu não fiz pela imagem. Eu fiz por questões de saúde. Eu realmente era muito fraco. Eu estava trabalhando muito e tive uns problemas de estômago, então consultei um nutricionista e ele me recomendou que eu fosse à academia e mudasse a minha dieta.

    Tem sido uma nova sensação para você?

    Claro. Eu gostei do resultado em muitos níveis. Eu me sinto melhor, mais forte e acho que ganhei muita confiança com a transformação física que fiz. Uma coisa levou a outra e eu sinto que vivo uma vida mais alegre e rica desde que eu comecei a tomar conta de mim mesmo.

    Não há exceções?

    Com a exceção de fumar cigarros. Mas, fora isso, eu cuido muito bem de mim. E eu gosto disso.

    A mudança na autoconfiança de Marc Jacobs resultou até em atuações como modelo ©Reprodução

    Além de olhar no espelho, o que mais você aprecia mais agora no seu dia-a-dia?

    É engraçado: gosto mais de roupas, gosto de cortar meu cabelo, gosto de me arrumar. De certo modo, me ajudou a compreender mais o que os consumidores veem em termos de moda. Eu passei a apreciar mais do ponto de vista pessoal. Eu gosto de fazer compras, por exemplo, o que eu nunca gostei antes.

    E a percepção que as outras pessoas têm de você, mudou também?

    Certamente as percepções dos outros mudaram bastante. Algumas pessoas dizem que gostavam mais de mim do jeito que eu costumava ser, mas essas pessoas não me conhecem de verdade então elas não sabem que eu sou exatamente o mesmo e apenas pareço diferente. No entanto, me sinto muito mais forte e melhor.

    A manutenção é difícil?

    Eu adoro ir à academia, adoro me exercitar – ajuda a dormir melhor. Eu me sinto muito mais seguro com o meu corpo e, de alguma forma, posso me identificar mais as alegrias que uma mulher tem em termos de tomar conta de si mesma.

    Como?

    Agora eu levanto de manhã cedo e realmente aprecio me vestir e colocar cremes na pele e fazer as unhas – esse tipo de coisas. É uma alegria, é muito bom. Eu gosto de ambientes bonitos. Eu gosto de comer bem. Eu acho que ganhei uma apreciação pelas coisas que eu tinha como certas. Eu apenas pensava que tinha que estar no escritório e tinha que trabalhar todo o tempo, mas agora eu aprecio muito mais. É o resultado genuíno de tomar conta de mim mesmo.

    Como era sua rotinha de começo de dia antes?

    Costumavam me custar cinco minutos para entrar e sair do banheiro. Eu entrava no chuveiro, saia e colocava as mesmas roupas de todo dia e nem me importava.

    Você diria que, em geral, as pessoas estão mais ligadas a coisas boas, como a moda, que costumavam ser?

    Provavelmente intensificou-se, como tudo. Neste dia e era da informação é mais facilmente disponível e, assim como as pessoas que são fãs de esporte ou música, há muitos fãs de moda hoje. Existem muitas pessoas que querem ser tocadas ou que querem possuir uma experiência de moda. Isso cria um tipo de entusiasmo e talvez esteja em uma escala maior agora que há 20 anos atrás.

    + Confira também a entrevista de Pierre Bergé ao “The Talks” 

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