©Felipe Abe
Fechando a série de posts #manhunt da temporada Verão 2012 da SPFW, batemos um papo com Roberto Michels. O garoto voltou ao Brasil no final do ano passado depois de duas temporadas produtivas em Milão, onde fotografou para “Vogue” Itália e desfilou para a Z Zegna, entre outros. Aqui na temporada paulista ele fechou o último dia desfilando para João Pimenta. Confira:
Nome: Roberto Michels
Idade: 2o
Agência: Ten
Como começou: Comecei há dois anos e meio. Sou de Joinville (SC), fazia faculdade de Direito e um dia fui para a Oktoberfest, que acontece em Blumenau. Estava lá com meus amigos quando um olheiro me abordou e me convidou para ser modelo. À princípio eu não queria, mas fui por insistência dos meus pais. Esse olheiro me indicou para uma agência de SP e em dois meses eu já havia me mudado. Logo consegui desfiles para a temporada e não voltei mais para o Sul. Depois da semana de moda, fiquei uns três meses sem trabalho algum. Começo de carreira é bem complicado. Ficava muito ansioso, pensava em parar e voltar pra casa. No começo meus pais mandavam um dinheiro para eu me manter, mas chegou um momento em que eles falaram: acabou. Então falei pro pessoal da agência que iria voltar pra casa e eles me ajudaram muito, com apartamento e também me adiantavam alguns cachês.
Depois da minha segunda temporada aqui, fui para Milão e passei um tempo lá. Também fui para a Ásia, onde fiquei três meses, mas fiz um bom dinheiro. Fiquei um ano direto fora do Brasil e senti muita falta da minha família. Mas foi bom para mim, eu cresci, aprendi a me cuidar, a negociar. A agência que me representava em Milão me mandava pros castings sem falar o valor do cachê e no final me pagavam 300 euros. Reclamei disso algumas vezes e eles quiseram me despejar do apartamento. Então fui por minha conta atrás de uma outra agência, a Joy, que me aceitou.
Qual a sua melhor experiência: “Assim como me deparei com pessoas sem caráter, como te contei, eu encontrei muita gente boa. Como um amigo alemão, que trouxe uma mala de roupas de presente, pois eu não estava preparado para o frio europeu. Fui pra lá com casacos finos e moletons, e na mala dele tinha meias, casacos pesados, coisas mais apropriadas pra aguentar as baixas temperaturas. Até hoje ele é um dos meus melhores amigos. Além de fazer um grande amigo, também conheci minha namorada quase-noiva (risos). Se chama Jessica Rios, nos conhecemos há dois anos aqui no Brasil e estamos juntos até hoje.
Outra coisa que me marcou e foi muito divertido: nós aprontávamos muito! Hong Kong foi um dos lugares mais loucos e alucinados que já vi na minha vida, saíamos muito pra festas. Costumavamos fazer muitas “boat parties” nos barcos locais. Uma vez um amigo bebeu e fez tanta bagunça que expulsaram ele do barco, jogaram o “brother” no mar! Não vou citar o nome (risos), mas eu pulei no mar pra salvar o sujeito e tivemos que ir nadando até o outro barco próximo, a festa era em dois barcos, aí ficou numa boa”.
E a sua relação com a moda: “Gosto de moda mais comercial. Uso até João Pimenta, Ausländer, Zoomp, mas as roupas mais casuais das marcas. Não gosto de coisas extravagantes, não monto looks, pego as primeiras peças que vejo e visto. Mas antes de ser modelo trabalhava em escritório de advocacia, então andava praticamente de social o dia todo. Hoje consigo ter mais estilo próprio”.
Música, filme e livro : “Já tive minha fase rock, mas passou. Hoje ouço músicas mais tranquilas, gosto muito de MPB, reggae e soul, nenhuma banda específica, mas gosto muito do estilo.
Vejo muitos filmes, mas raramente no cinema. Quando era mais novo também gostava de algo mais agressivo. O “Rambo” que chegava quebrando tudo. Hoje prefiro filmes que passam alguma mensagem, que me acrescente alguma coisa. O último que vi e gostei muito foi “À Procura da Felicidade”, você vê que é possível conseguir o que quer, nós mesmos que complicamos nossas vidas.
Leio bastante, atualmente estou lendo “O Monge Executivo” do James C. Hunter, é um livro comportamental, fala sobre liderença, de como conseguir autoridade e respeito. Estou tentando aplicar na vida.
©Felipe Abe