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    Isham Sardouk, do WGSN, comenta macrotendências do Brasil e do mundo
    Isham Sardouk, do WGSN, comenta macrotendências do Brasil e do mundo
    POR Augusto Mariotti

    Por Elis Martini

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    Isham Sardouk, vice-presidente do WGSN ©Divulgação

    Francês radicado em Londres, Isham Sardouk comanda uma equipe de dezoito pesquisadores da WGSN Mindset, uma das empresas líderes no mercado mundial de pesquisa de tendências. Analisando arte, moda e comportamento de consumidores de diversos lugares do mundo, seu time é capaz de detectar tendências com até dois anos de antecedência. Ex-diretor de design da Victoria’s Secret, Isham esteve no Brasil para conferir os desfiles do SPFW Inverno 2015. Entre um compromisso e outro, ele conversou com o FFW sobre seu trabalho como pesquisador e os próximos rumos que a moda e o design devem seguir.

    Como é o trabalho de pesquisa no WGSN?

    Fazemos a pesquisa detectando as macrotendências. Viajamos muito, olhamos para arte, arquitetura, música. Coletamos um grande número de informações, analisamos muitos dados e eles nos revelam o que está acontecendo e o que acontecerá no futuro. É um balanço entre intuição, informação e criatividade.

    Como essas macrotendências se encaixam nos diferentes campos como moda, design, arquitetura?

    As macrotendências são um retrato amplo, servem para design, moda, mas também atitudes do consumidor, inteligência de marketing. Nós filtramos essas tendências para os mercados específicos: desenvolvimento de produto, moda, cores, materiais, tecidos, design de interiores. Hoje tudo está conectado, não é só como você se veste, mas também como você vive. O design do carro está conectado ao seu celular, à sua casa. É um approach holístico, faz mais sentido.

    Quais as macrotendências que vocês detectaram para os próximos dois anos?

    Agora estamos falando muito de inovação e de como a tecnologia está influenciando o design. Estamos falando da influência da luz e dela sendo tratada como um material, integrada ao design de interior. Outra coisa que está acontecendo que é muito importante é o retorno ao artesanal. As pessoas querem comprar peças com mais significado, que não são produzidas em massa. Também estamos vendo que os esportes continuam com uma influência forte, porque hoje a nova geração cresceu com o hip-hop e a cultura de rua, isso está se tornando mais parte da moda.

    E quais as tendências que vocês observaram agora no Brasil?

    Do que vi nos desfiles percebi uma grande tendência de cores mais escuras, um pouco de melancolia, e isso foi surpreendente porque o Brasil sempre foi mais claro e alegre. Muitos designers usaram cinza, marrom, preto, o tema principal foi bem dark. Também acho que os brasileiros estão tentando se distanciar do típico estilo do país e caminhando para um estilo mais sofisticado e europeu. Não tenho certeza se o consumidor está preparado para isso, mas vamos ver como será.

    Você acha que fazendo isso às vezes os estilistas brasileiros copiam designers europeus ou americanos?

    Não sei se é copia, mas às vezes grandes tendências viram parte do zeitgeist, está no ar e todo mundo quer fazer o mesmo look. Acho que é mais interessante os estilistas que fazem algo um pouco mais diferente, menos óbvio.

    Como você vê o desenvolvimento do mercado de moda brasileiro?

    O Brasil com certeza está crescendo, mas não é só em São Paulo e no Rio, é mais no resto do país. A internet ainda não atingiu todo seu potencial de venda aqui, quando atingir o Brasil terá um crescimento muito grande. De maneira geral acho que o principal problema é a qualidade dos tecidos, ainda não é a melhor. A oportunidade é focar na qualidade.

    Para a indústria da moda, até que ponto empresas tão influentes como o WGSN preveem tendências ou as ditam, já que muitas marcas seguem fielmente as tendências que vocês divulgam?

    Não gosto de ver como ditar tendências, mas mais como recomendar. Então recomendamos para ajudar a indústria e os estilistas a se inspirarem. Acho que é muito importante começar a temporada se inspirando, porque quando uma pessoa se inspira ela se empolga. Damos recomendações porque há tanta informação hoje e queremos fazer com que eles poupem tempo. Todos os nossos clientes nos dizem que estão sobrecarregados com a quantidade de informação. E geralmente fazemos somente quatro recomendações, tentamos basear tudo em dados, não simplesmente dizer “acho que será azul”.

    E não há chance de os estilistas criarem peças muito parecidas seguindo essas recomendações?

    Não sei se é por acaso ou é algo que está no ar. Todos os estilistas italianos nesta temporada foram muito inspirados pelos anos 1970. A Itália teve nostalgia porque o país nos anos 1970 teve um sucesso econômico muito maior do que hoje, então Miu Miu, Prada, Fendi tiveram esse ar setenta.

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