Por Igor Zahir, em colaboração para o FFW
O estilista Walter Rodrigues ©Reprodução
Sempre viajando devido ao seu trabalho no Fórum de Inspirações da Assintecal e, claro, para pesquisas de suas coleções lançadas a cada temporada, o estilista Walter Rodrigues é fascinado desde sempre por antropologia, e uma de suas paixões é a curiosidade por novas aventuras pelo mundo. “Sou imensamente curioso e aberto a descobertas e a novas experiências, mesmo tendo muitas vezes quebrado a cara, e acredito que tudo isso é que me inspira e me renova todo o tempo!”, revelou Walter para o FFW.
Walter, o que te inspira?
Estocolmo, Suécia – abril de 2011 ©Walter Rodrigues
“Sou inspirado pelas pessoas que me cercam, desde as com quem eu convivo diariamente, que são Zeca, Lucius Vilar e Ilse Guimarães, e também por desconhecidos que encontro em minhas viagens mundo afora por causa do meu trabalho no Fórum de Inspirações da Assintecal. Sempre fui apaixonado por antropologia, e conhecer e vivenciar experiências em outros lugares do mundo sempre foi um grande sonho.
Viajar é portanto a maior fonte de inspiração para mim, visitar lugares importantes na história do homem e também locais onde o cotidiano pode ser percebido, como os grandes mercados, as ruas populares e até pequenos vilarejos; sempre trago algo para acrescentar às minhas coleções e ao meu aprendizado.
Östermalms Saluhall, mercado de comidas em Estocolmo, Suécia – abril de 2011 ©Walter Rodrigues
Adoro livros que podem ser de fotografia, artes plásticas e também moda e de lugares incríveis; adoro ler e meu escritor favorito é Márai Sándor – um escritor húngaro que me emociona muito, leio e releio os meus livros favoritos que são: “As Brasas”, “O Legado de Eszter”, e “Libertação” – todos eles relatos pungentes das mazelas, das alegrias e das esperanças de seus personagens tão intensamente humanos.
Experimentar é uma palavra que move minha busca por inspirações e por isso a comida tem um destaque especial. Gosto de ao viajar sentir os sabores locais e percorrer os mercados e sentir os perfumes, e descobrir e entender, nas estranhezas e muitas vezes na maneira de preparar um prato, a cultura local.
De cima para baixo: lanternas do hutong Gulou Dongdajie; dois anciões no Templo de Confúcio; e cartela de cor tirada em uma loja no hutong Gulou Dongdajie. Tudo em Pequim, China – outubro de 2011 ©Walter Rodrigues
Um dos meus restaurantes favoritos no mundo é o Chez Omar – um clássico da comida do norte da África, onde a comida do Marrocos é celebrada, tem muita gente bonita e tem também suas esquisitices: não aceita cartões e nem reservas, mas vale ficar na fila para poder ver Jean Paul Gaultier e sua trupe e mais outros personagens da moda em busca de diversão e boa comida.
Música para mim é essencial, e agora com o a loja do iTunes estou bem feliz! Gosto imensamente de Antony and the Johnsons, do The Knife, Fever Ray, e mesmo com a explosão e enorme exposição continuo ouvindo Adele. Ouço música muita clássica e também músicas inusitadas como as de Misora Hibari, uma grande dama da canção japonesa.
Pôster de “Walachai” e “A Fita Branca” ©Reprodução
Meu filme favorito no momento é “Walachai”, que vem a ser um documentário sobre algumas comunidades da serra gaúcha onde imigrantes alemães ainda falam o alemão dos seus ancestrais e por isso se sentem isolados do mundo; é um brilhante trabalho da diretora Rejane Zillis! E tem também o filme do Michael Haneke, “A Fita Branca”, que inspirou a coleção de Inverno 2012“.
Chez Omar
47 Rue de Bretagne – Marais -3ème arr – 01 42 72 36 26 – Paris