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    Entrevista
    Entrevista
    POR Augusto Mariotti

    por Flavia Brunetti, em colaboração para o FFW

    Ellie Pithers, do “Daily Telegraph”, no SPFW Verão 2012/2013 ©Juliana Knobel

    O FFW conversou com Ellie Pithers, jornalista do britânico “Daily Telegraph”, sobre São Paulo, suas impressões do SPFW e o lugar do Brasil no mundo.

    Como está sendo sua primeira vez em São Paulo?

    Estou impressionada com a quantidade de helicópteros! Pra mim é tão estranho que até acordo a noite com o barulho. Em Londres só vemos helicópteros quando a polícia está perseguindo alguém! E o tamanho dessa cidade. Eu não podia imaginar que era tão grande assim.

    No mínimo engraçada a percepção dos helicópteros…

    Também me assustou os preços do mercado de luxo. É uma loucura! As marcas internacionais aqui custam de duas a três vezes mais do que lá fora! Aqui há mais dinheiro do que eu imaginava. E o gosto por moda é diferente também. Vejo muitas bolsas com logos enormes. Muita Chanel gigante. Acho que vocês deveriam valorizar mais os produtos nacionais. Em Londres a gente não compra esse tipo de produto exagerado. Ninguém quer que as pessoas saibam de onde é o que você está usando.

    Você visitou lojas aqui?

    Sim. Achei o serviço incrível. As pessoas atenciosas, fazem o tour pela loja, servem café. Em Londres ninguém te trata assim. Está todo mundo sempre busy. E os shoppings também me chamaram atenção, principalmente a decoração, achei lindo ter jardim dentro.

    O que você acha que faz o Brasil diferente dos mercados emergentes?

    O povo brasileiro é mais sofisticado, assim como seu mercado. Na China é tudo produção em massa, eles fazem filas de quarteirões e compram três bolsas iguais nas lojas de luxo. Na Rússia e Índia é tudo muito brilhante, cheio de detalhes, uma moda muito local. E na Rússia ainda tem as peles. O Brasil é mais trendy. Você consegue perceber que as pessoas que viajam bastante têm discernimento para a moda.

    Você acha que sustentabilidade é o novo luxo?

    Absolutamente! E nisso vocês estão a milhares de anos luz de qualquer mercado no mundo. Vocês amam o Brasil e querem proteger essa terra. Dá pra sentir que isso é muito forte. O que a Osklen faz é maravilhoso. Nos faz querer realmente a peça, cria desejo. Não é como os produtos que se dizem sustentáveis lá fora, que são sem cores e sem graça.

    Você é expert em street style. E aqui no Brasil, você conhece o mercado para nomear uma trend setter?

    Estou conhecendo melhor agora. Mas, até aqui, eu poderia dizer que a Helena Bordon é a garota do momento. Estive com ela, e por onde passa é uma loucura!

    Quais estilistas brasileiros te chamam a atenção?

    Gostei muito da Paula Raia. Dá pra perceber que ela e os amigos dela são da high society e ela interpreta muito bem isso nas roupas. Ela é uma grande embaixadora do lifestyle de sua marca. E dá pra ver que as roupas são bem feitas, remetem ao estilo brasileiro, sem ser necessariamente escancarado como os biquinis. Também gostei muito do Reinaldo Lourenço. A roupa dele poderia ser comparada a Balenciaga, poderia estar em qualquer parte do mundo. O casting, a maquiagem simples, o cabelo, tudo do desfile dele estava perfeito.

    Qual é a sua modelo brasileira preferida?

    Em termos de fama é claro que é a Gisele. Mas, em termos de estilo e que agora é muito famosa na Europa, e é minha favorita, é a Aline Weber.

    Que conselhos você daria ao mercado de moda brasileiro, no geral, para nos tornarmos cada vez mais internacionais?

    Acho o press release e press kit aqui muito incompletos. Nós, jornalistas internacionais, gostamos de saber quais são as inspirações, que livros os estilistas leram para criar aquilo, etc. Aqui não temos acesso a essas informações. É importante fazer o que o Ronaldo Fraga fez comigo: me mostrou a coleção, me explicou, assim eu consegui escrever melhor sobre ele. Os estilistas brasileiros tinham que se importar mais com os jornalistas internacionais. Alguns deles nem querem falar conosco.

    E há muitos biquínis! Acredite, nós queremos vir para o Brasil e conhecer outras coisas. Porque biquínis brasileiros é o que mais tem lá fora. E mesmo nas passarelas, quando há biquínis parece que não vai acabar mais de entrar modelos usando esse tipo de roupa.

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