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    Do CSS para a B.Heart: Ira Trevisan lança grife de edições limitadas
    Do CSS para a B.Heart: Ira Trevisan lança grife de edições limitadas
    POR Redação

    Divulgação da B.Heart, de Iracema Trevisan ©Noa Avishag

    A galera da música deve lembrar de Iracema Trevisan, ou Ira, como a ex-baixista e uma das fundadoras da banda Cansei de Ser Sexy, com a qual ela tocou até 2008. Já o pessoal da moda deve reconhecê-la também como o antigo braço direito de Alexandre Herchcovitch, com quem ela trabalhou de 2001 a 2006.

    Pois agora Ira, que ficou sumida por algum tempo, ressurge com sua própria grife, a B.Heart, depois de uma pós-graduação no Institut Français de la Mode e oito meses de estágio nos estúdios da Lanvin. Abreviação para “Bold Heart”, a marca vem com uma proposta de produção de peças especiais: a primeira coleção é só de echarpes de seda criadas a partir da ideia de cruzar o limite entre um lenço e um colar.

    Direto de Paris, onde mora desde 2008, Iracema Trevisan conversou com o FFW e falou sobre sua relação com música, seus tempos de CSS, o aprendizado no mundo da moda e seu trabalho com a B.Heart; confira!

    Muita gente relaciona o seu nome ao CSS e não conhece o seu trabalho na moda; você pode falar um pouco sobre isso e sobre o que veio primeiro: a música ou a moda?

    A moda sempre foi uma vocação, a música uma paixão. Eu me formei pela FASM já trabalhando com o Herchcovitch, em 2001, com quem eu passei mais cinco anos. Na época eu já tinha uma banda com amigas, antes do CSS.

    Cada estilista tem o seu percurso e o meu sempre passou pelas tangentes da moda, eu preciso olhar para fora para achar inspiração, então na época eu trabalhava com o Alê até as 19 horas e depois eu tinha um monte de outras coisas acontecendo, como o CSS ou o Corpo de Baile em 2004. Em todo caso o mundo da música ou da arte para mim sempre foram mais divertidos que o mundo da moda.

    A sua saída do CSS (foto ao lado; Iracema aparece sentada no chão) foi motivada por sua vontade de trabalhar com moda? Hoje em dia, como é a sua relação com os membros da banda?

    A música é mais uma paixão que uma vocação (não é segredo nenhum que eu não sabia tocar às mil maravilhas); o Cansei foi uma época muito especial e eu guardo ótimas memórias. Mas na medida em que as coisas foram tomando outras proporções eu me questionava se eu ainda tinha algo a dizer, se eu ainda tinha espaço para crescer. O CSS foi como uma família por quatro anos, eu fui embora em uma época tumultuada, cada um seguiu seu caminho mas eu ainda tenho um mega respeito pelas meninas, por tudo que vivemos juntas.

    Quais as coisas mais importantes que você aprendeu enquanto trabalhava com o Herchcovitch?

    A importância de inovar e ter a sua própria voz. O Alê tem uma carreira maravilhosa porque ele nunca abandonou seus princípios e porque ele sempre trabalhou muito pelos seus sonhos. O primeiro a chegar e o último a sair do atelier, um pouco como o Alber [Elbaz], aliás.

    E na Lanvin, como surgiu essa oportunidade de estágio? Como era o seu trabalho e quais as coisas mais importantes que você aprendeu durante esse período?

    O meu estágio foi no estúdio prêt-à-porter femme, ao lado do Alber e dos estilistas. Para concluir a minha pós-graduação eu precisava passar três meses em uma maison, enviei meu portfólio, eles me ligaram, acabei passando oito meses. O que me fascina na Lanvin é a paixão pela beleza pura e simples. Existe uma categoria de estilistas que amam as mulheres, Alber é um pouco como YSL nesse sentido, a sua raison d’être é nos admirar e transformar. Eu sentia isso no dia-a-dia, todas as mulheres do estúdio (que eram maioria) sempre de salto, vestido, unha feita, pelo prazer de se vestir bem e nada mais. A moda pode ser um prazer cotidiano, como a gastronomia, e nos esquecemos disso a maior parte do tempo.campanha-bheart-de-iracema-trevisan

    O estúdio em questão é bem pequeno, eu trabalhava com os estilistas no desenvolvimento da coleção, nas provas de roupa, no desfile. A maior parte da criação é feita por experimentação em tecido, no manequim, por isso eu também tive contato com o atelier de modelagem e costura, que é um universo fascinante e único na França.

    Por que a idéia de lançar a B.Heart (imagem de divulgação ao lado) como uma coleção de echarpes e não, por exemplo, womenswear? Você tem planos de expandir a linha e criar womenswear ou menswear?

    O meu interesse é de produzir peças especiais, mais que de fazer uma coleção propriamente dita, por isso eu quis começar com echarpes e evoluir com peças chave, sempre no mesmo espírito. Para as próximas coleções, que saem a cada três meses, eu estou desenvolvendo camisetas, camisas e bolsas.  Em todos os casos existe um longo processo de achar o fornecedor ideal, aperfeiçoar o produto até que ele esteja no ponto a ser lançado. Não existe a pressa de coleções fixas…

    A B.Heart é sediada em Paris? Você vai comercializar a marca no Brasil e em outros países também?

    A B.Heart é sediada em Paris e produzida na França. A minha vontade é que ela seja uma marca internacional. Estamos em negociação com alguns pontos estratégicos no Brasil, e já estou vendendo na Opening Ceremony, em NY e Los Angeles. Como as edições são limitadas a ideia é ser coerente com o espírito e o público da marca.

    Que público você espera atingir com os seus produtos? Você pensa em um consumidor final durante o seu processo de criação?

    É inevitável pensar em algumas meninas no processo. Para essa coleção eu queria muito fazer fotos com a Ana Girardot, que é uma atriz belíssima (a menina das fotos dos balões, tenho certeza que ainda vai se falar muito dela) então eu pensei no que ela gostaria de usar. Teve uma echarpe inspirada na Miranda July, que ela recebeu de presente e não a tirou do pescoço desde então. Eu penso sempre nas pessoas que estão em volta, acho que a moda não deve ser egoísta.

    + Veja mais imagens da B.Heart na galeria abaixo e visite o site oficial da marca aqui!

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