Por Paula Rita Saady, em Paris
Chegada no desfile de Jean Paul Gaultier ©Paula Rita Saady/FFW
Manhã em Paris e todos os comentários do dia eram para a festa da Lanvin, que aconteceu na noite anterior. A decoração com bolos gigantes no Halle Freyssinet foi essencial para a festa acontecer. O lugar é uma espécie de galpão, mas com Alber Elbaz por trás, tudo ganha toques de glamour.
Looks do desfile de Jean Paul Gaultier ©Reprodução
O desfile destaque do dia foi o de Jean Paul Gaultier, com uma coleção inspirada na arte de rua, mas com resultado luxuoso e divertido. Gaultier ousou e criou roupas para poucas. Algumas peças não serão sucesso comercial, mas são geniais, como o trabalho de trompe l’oeil: trench que é uma saia; o terno dourado grafitado, como o usado por Andrej Pejic. E muito trabalho com peles: casacos que misturavam peles coloridas de animais diferentes criavam um patchwork de fazer desmaiar qualquer ativista. O melhor ponto do desfile é que a moda de Gaultier trata de sonho e ele continua audacioso e original. “Estamos num momento perigoso, os estilistas que brilham demais estão sendo eliminados”, disse Bryan Boy, na primeira fila, em alusão ao anúncio da saída Stefano Pilati da YSL. Também estavam lá as atrizes e musas do estilista, Rossy de Palma e Victoria April.
As bolsinhas-livros da marca Olympia-le-Tan ©Reprodução
Ao mesmo tempo, no museu Nissim de Camondo, acontecia a apresentação de Olympia-le-Tan, que faz coleções exclusivas de clutchs em forma de livros, como a usada recentemente pela atriz Michelle Williams no BAFTA. Pela primeira vez, ela apresentou uma linha de roupas, inspirada no dinheiro e em fetiches da burguesia. Sete modelos, dançando, tiravam os vestidos e terminavam com lingeries à la Betty Page. Em breve as peças chegam à Colette, que dedica uma vitrine ao trabalho da designer. “O livro tem que dizer algo sobre você, explicar um pouco da sua personalidade”, ela disse ao FFW.
Looks da apresentação de Andrea Crews ©Reprodução
Mais tarde, no Marais, bairro hype alternativo de Paris, lançamentos, showrooms e o desfile off da marca de roupas recicladas Andrea Crews, movimentavam as ruas. A fundadora e diretora criativa da marca, Maroussia Rebecq, esteve no Brasil para uma palestra no seminário Pense Moda, em 2009. Uma vernissage do artista indiano Raqib Shaw, na galeria Thaddaeus Ropac, chamou a atenção dos fashionistas, pois parecia estar completamente conectada com o momento da moda. Shaw mistura arquitetura imperial e animais em situações transgressoras, o que poderia ter funcionado como ponto de partida para muitas coleções desta temporada.
Obra de Raqib Shaw ©Paula Rita Saady/FFW
Obra de Raqib Shaw ©Paula Rita Saady/FFW
Obra de Raqib Shaw ©Paula Rita Saady/FFW
Agitação no Marais para a apresentação de Andrea Crews ©Paula Rita Saady/FFW
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