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    DIRETO DE PARIS: Nuit Blanche, fast fashion, masculino no feminino e +
    DIRETO DE PARIS: Nuit Blanche, fast fashion, masculino no feminino e +
    POR Redação

    Par3500681Hotel de Ville iluminado para Nuit Blanche © Reprodução

    >> E viva La Nuit Blanche. Por isso o pequeno atraso na matéria de hoje. Trata-se de um festival de arte, noite à dentro pelas ruas de Paris. São performances, instalações, galerias e mais uma infinidade de trabalhos artísticos que ganham exposição gratuita durante toda uma noite. Museus e outros pontos turísticos também ganham hora extra e entrada livre. Quase como uma virada cultural, porém, sem a música e mais focado em arte. Não que  o evento não sirva de pretexto para as pessoas saírem nas ruas bebendo, conversando e se divertindo até o amanhecer. Entre os acontecimentos mais legal desse ano teve a iluminação (quase como projeções mesmo) da catedral Notre Dame pelo designer Thierry Dreyfus.

    >> Nas ruas de Paris calça seca, camisa e jaqueta de couro virou o uniforme do jovem francês. O look não é novidade, vem sendo utilizado há anos por membros das bandas descoladas, mas só agora parece ter chegado na rua de forma quase que massificada.

    >> As lojas de fast-fashion como Zara e H&M vivem lotadas. Só a fila para passar no caixa já dão um desânimo absurdo para qualquer possível compra. Seja uma jaqueta aviador tipo Burberry, um blazer bege como o da Chloé ou então um sobretudo verde-militar como o da Céline. Ah, aqui as coleções de inverno já estão na loja, e logo mais devem entrar em liquidação.

    >> Já na loja feminina da Balenciaga da Rue George V só dá as russas (ou de algum lugar do leste europeu cujo idioma se faz irreconhecível). Nas araras as peças incríveis da coleção desfilada em março de 2010 _os maravilhosos tricôs embolotados como maxi plástico bolhas, os casacos com recortes em pele, e a alfaiataria futurista em camadas estruturadas. Mas veja bem, tudo isso nas araras. O que parece vender mesmo _além das bolsas_ são as jaquetas de couro tipo motoqueiro ou perfecto em cores como vermelho, amarelo e azul.

    >> A medida em que a semana de moda de Paris caminha fica possível identificar certos elementos em comum que até então não apareceram de maneira tão marcante em Nova York, Londres ou Milão. O eterno jogo do masculino no feminino _algo que por alguma razão parece extremamente parisiene_, então se mostra como um dos principais rumos das coleções apresentadas até agora. Ora de maneira mais literal como na Balmain ora mais criativa com certo toque de rebeldia (Balenciaga) e surrealismo como no divertido desfile de Viktor & Rolf.

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    A dupla holandesa focou todo seu verão 2010 na camisaria. Trouxe desde modelos convencionais até os mais absurdos chemises, onde punhos em cascastas se maximizam ao ponto de se tornarem ombreiras gigantes. Babados, recortes em cetim e mais uma variedade imensa de volumes sempre como certo toque lúdico e de fantasia (ainda bem) se misturavam a tecidos opacos e ajustados ao corpo. Até mesmo o vestido de noiva derivou da camisa. Gigantesco ocupando toda a passarela com sua cauda feita de vários pedaços de camisas.

    A imagem final é da mais pura fantasia teatral, com alta dose de humor. Porém, ainda assim os estilistas conseguiram encaixar peças que além de inspiração, despertavam desejos de consumo quase que imediatos: vide as calças de alfaiataria impecáveis, os chemises menos volumosos e até mesmo alguns modelos em branco repleto de recortes e decorações assimétricas.

    >> O diálogo entre masculino e feminino não é nenhuma novidade para Rei Kawakubo e sua Comme des Garçons. Assim, por mais que seu verão 2011 venha repleto de balzeres assimétricos não é exatamente sobre isso que a estilista deseja falar nessa temporada, mas sim sobre algo como dupla ou múltiplas personalidades.

    France Fashion

    Cerebral como sempre, Kawakubo parte então de uma premissa simples e aparentemente boba, porém extremamente presente nos indivíduos e sociedades contemporâneas. O dilema de não saber o que vestir, que começa de maneira de certo modo bem humorada no desfile, até se revelar uma perturbadora questão de não saber que se é ou quer ser.

    Assim suas modelos vinham com jaquetas 2, ou 3 em 1. Com duas ou mais peças _ou parte delas_ hibridizadas numa coisa só. Onde de uma lado aparecia um blazer liso em comprimento tradicional, do outro uma versão curta acinturada em tecido tipo piqué e mais um terceiro modelo solto pendurado nas costas. E assim vinham todas as outras peças. Vestidos, jaquetas, saias, camisas, calças… O melhor vem no final quando essas peças indecisas que penduravam-se nas costas das modelos, vem conectadas a uma segunda pessoa, quase como a materialização dessa segunda personalidade.

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    >> O tema do masculino no feminino também não é novidade para Jean Paul Gaultier (afinal, para quem é?). Porém foi justamente por esse território familiar que o estilista caminhou nesta temporada. Com perucas tipo Joan Jett alguma de suas músicas mais conhecidas na trilha, o estilista mandou uma parada de jaquetas de ombros pontudos, recortes em renda e algumas peças de lingerie.

    As modelos _e aí incluindo a cantora Beth Ditto_ com aquela mais pura irreverência glamourosa tão típica de Gaultier deram conta de uma ótima apresentação, que contou até com estampas 3-D como eu seu desfile de alta-costura. Mas ainda assim, o sentimento de déja-vú nos deixa querendo ver Gaultier ir com pouco além.

    >> Outros bons desfiles que aconteceram ontem (02/10) foram o de Haider Ackermann _extremamante sensual, com vestido longos bem soltos pelo corpo, como um certo glamour decadente. E também o de Junya Watanabe com sua coleção navy repleta de listras e uma ótima alfaiataria.

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