Entrada para o showroom da Lanvin © Juliana Lopes
Por Juliana Lopes, em Paris
Parece que Alber Elbaz vai aparecer a qualquer momento, dentro do showroom cinematográfico da Lanvin, em Paris. A marca escolheu uma locação enorme, com várias divisórias para as peças, divididas por categorias como: coleção, comercial, jóias, sapatos. Compradores lotam várias mesas colocadas em série. Jornalistas passeiam para fazer a “tour da coleção” acompanhados por assessoras. Um buffet serve café, champagne, bolinhos e outras delícias. Os corredores para acessar o banheiro levam ainda para outros labirintos, como se fosse um hotel. Não é um glamour basicamente luxuoso, é outra coisa, é uma instalação industrial de pessoas e coisas. Modelos passeando entre compradores e fazendo pose na frente das mesas dá um ar ainda mais tecno-cinematográfico.
E assim é a coleção de Lanvin para o inverno 2011: ainda mais tecnológica. A moda é o caminho de Elbaz para se comunicar com a tecnologia. Ele não usa smartphone, não fica conectado, enfim, vive em uma realidade paralela às redes de conexão virtuais. Prefere comunicar o que sente desse mundo olhando-o de longe. E lançou uma coleção com toques geométricos racionais, com soluções interessantes para moldar o corpo ou simplesmente novas maneiras de fechar e abrir um casaco. Mas longe de ser anti-humano, não é uma coleção para robôs. Elbaz faz muitas de suas peças modelando no corpo de uma modelo mesmo, em vez dos tradicionais manequins.
As golas dos novos casacos Lanvin vêm com ângulos de metal aplicados criando uma geometria reforçada que vira o grande destaque de todo o design.
O casaco que vai dobrado no corpo, como um origami, vem com botões escondidos por baixo da gola, escondendo o sistema de fechamento da roupa (foto acima).
Esse vestido fuccia foi moldado exatamente no corpo da modelo com apenas um pedaço de tecido. O drapeado que termina do nada é uma demonstração conceitual e estética da escolha do estilista.
Por que não usar o neoprene numa roupa elegante? Tecidos com alta pesquisa tecnológica, geralmente da categoria dos esportivos, estão cada vez mais sendo abraçados pela indústria de luxo.
Os vestidos foram mostrados em fila na ordem de entrada da passarela. O vermelho pode ser chamado de “vermelho obrigatório” porque em todas as coleções Alber Elbaz faz sempre uma peça dessa cor.