Por Paula Rita Saady, em Paris
Momento final do desfile da Louis Vuitton ©Paula Rita Saady/FFW
Apresentação teatral e materiais preciosos marcaram o desfile da Louis Vuitton, nesta quarta (07.03), último dia da temporada de Paris e dos lançamentos internacionais para o Inverno 2012. Como foi a primeira apresentação do dia, logo na entrada, a hostess servia suco de laranja e comidinhas em clima de brunch.
A cenografia era a de uma estação de trem e como se não bastasse, um trem construído especialmente para o desfile invade a sala repleto de modelos com direito a trilhos, fumaça e condutor, para êxtase do público, que não demorou para entrar na viagem, que tinha como comandante o estilista Marc Jacobs. Esta cena poderia estar no filme “Hugo Cabret” ou em um episódio da série cult “Boardwalk Empire”, ambos do diretor Martin Scorsese, que assim como a coleção, têm grandes referências dos anos 30.
Carregadores de malas e bolsas ©ImaxTREE
A “companhia ferroviária” Louis Vuitton, como não poderia deixa de ser, oferece um serviço cinco estrelas e nenhuma modelo segurava a bolsa; cada uma delas era acompanhada por carregadores, que levavam as 154 malas e bolsas diferentes mostradas no desfile. Uma verdadeira celebração do DNA da marca, conhecida por sua excelência em maleteria.
A consumidora da marca, uma mulher cosmopolita que está em muitos lugares ao mesmo tempo, explica seu visual composto por sobreposições de estampas e bordados de influências setentistas, orientais e barrocas. Vestidos de corte império, maxi sobretudos levemente acinturados, usados sobre saias e calças cigarretes. Os tecidos eram suntuosos, de cores intensas, estampados em tons vibrantes e rebordados com pedras e cristais. Nesse caso, more is more. “A Louis Vuitton não conhece crise” disse ao FFW a atriz Catherine Deneuve, que estava na primeira fila.
Maxi bolsas ou pequenas malas? ©ImaxTREE
As bolsas, maiores do que nunca, foram inspiradas em modelos antigos de malas da marca. O destaque fica com as maxi bolsas de pele de vison. E o tradicional monograma da marca, dessa vez, apareceu discreto. “A Louis Vuitton é uma marca identificável internacionalmente pelo monograma, e eu quis fazer algo para uma mulher extrovertida, que tem prazer em viajar e se vestir bem. Ela tem desejo de Vuitton não apenas para se exibir, mas para se sentir bem com ela mesma” explicou Jacobs.
Marc após o desfile, tão fotografado quanto as roupas que cria ©Paula Rita Saady/FFW
E sobre a exposição Louis Vuitton e Marc Jacobs, que começa na quinta (08.03) no Museu de Artes Decorativas, ele falou ao FFW sobre sua relação com a arte: “Sempre tive uma conexão com a arte e acho que fui um dos primeiros a realizar colaborações com artistas contemporâneos. E acho que é porque tenho essa noção romântica de Paris nos anos 20 e 30, quando havia uma verdadeira sociedade criativa em que Jean Cocteau, Schiaparelli, Dali, Chanel, Picasso e todos aqueles que possuíam uma visão e voz ativa compartilhavam ideias e criavam juntos. Isso é muito europeu, principalmente parisiense. Não me canso de me deslumbrar com a beleza dessa cidade, ainda sou o típico americano em Paris”.
Sarah Jessica Parker veio de Nova York especialmente para assistir ao desfile. Ela estava usando um look da coleção Vuitton de 2007, feito sob medida para a atriz. “Foi perfeito, essa silhueta é simplesmente muito cool”, disse ela ao FFW. Sarah confessou que está apaixonada por tudo o que tem visto do Brasil, principalmente a personalidade das pessoas, que se assemelham muito a sua, “sorridente e expansiva”. “Foi uma identificação instantânea”, disse ela sobre o beauty artist Claudio Belizário, que está cuidando de seus cabelos em Paris. Em breve ela estará por aqui para conferir pessoalmente a exuberância do país.
Anna Wntour ©Paula Rita Saady/FFW
Marc recebe Sarah Jessica Parker ©Paula Rita Saady/FFW
Histeria fotográfica no trem da Louis Vuitton ©Paula Rita Saady/FFW
Primeira fila da Vuitton ©Paula Rita Saady/FFW
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