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    Direto de Madri: papo sério com a diretora da semana de moda
    Direto de Madri: papo sério com a diretora da semana de moda
    POR Camila Yahn

    Leonor Pérez Pita, diretora da Mercedes-Benz Fashion Week Madrid ©Reprodução

    Bastidores da semana de moda de Madri. Sala da diretoria. De repente entra uma senhora toda vestida de preto. Atrás dela, vem um segurança uniformizado segurando um casaco de pele e o entrega a um assistente. Essa é Leonor Pérez Pita, ou simplesmente Cuca, como é conhecida por aqui. Aos 72 anos, ela é o braço de ferro por trás da semana de moda de Madri, evento que fundou em 1985, com apenas sete estilistas no line-up.

    Agora, Cuca vê seu evento dar mais um passo, e, desta vez, um dos grandes. Um mês antes de o evento acontecer, ela fechou um acordo de patrocínio com a Mercedes Benz, que também está por trás de semanas de moda em Nova York, Berlim e Moscou.

    A personalidade de Cuca remete à imagem que guardamos da mulher espanhola: firme, forte, destemida. De poucas palavras e respostas curtas e objetivas, ela pouco sorri, mas é solícita e muito educada. Apesar de uma pessoa do evento reconhecer que Madri não está no mesmo patamar de Paris ou Milão, em termos de moda, Cuca não gosta nem de pensar no assunto. “A Espanha não é diferente do resto do mundo”, diz.

    A Mercedes Benz Fashion Week Madrid está sob o guarda-chuva da Ifema (Institución Ferial de Madrid), que além da semana de moda, também cuida da organização e produção de mais 70 feiras por ano, incluindo joalheria, turismo e catering, e ainda com participação em eventos internacionais. Vai encarar?

    A Espanha passa por uma crise muito séria. De que forma ela afetou o mercado da moda?

    Outros setores foram seriamente mais atingidos do que a moda aqui na Espanha. Mas é claro que a indústria sente. As empresas tiveram que baixar seus preços e os estilistas agora têm que usar sua imaginação de uma maneira mais eficaz. Pensar em que materiais podem usar para substituir os mais caros e também em como se manter atraente trabalhando com uma matéria-prima inferior. Em tempos de crise, temos que ser criativos.

    Com a entrada da Mercedes Benz como patrocinadora master, o evento cresceu e mudou o posicionamento. Muitos jornais espanhóis escreveram que vocês querem projeção internacional.

    Sim, nós agora somos parte da colônia fashion, junto às outras cidades que têm o patrocínio da Mercedes Benz, como Nova York, Berlim, Moscou e muitas outras. E sim, o evento vai crescer por conta desse primeiro acordo, que tem a duração de quatro edições. O investimento no evento aumentou e isso se traduz em crescimento. Essa é a razão pela qual fizemos isso.

    Qual é a ordem de valor para colocar de pé uma semana de moda como essa?

    Três milhões de euros por edição.

    Parte deste dinheiro paga os desfiles das marcas, certo?

    Sim, nós pagamos tudo: modelos, maquiagem, cabelo, convites, passarela… O dinheiro deles é gasto com as coleções.

    O evento está em sua 55ª edição. Que mudanças você viu acontecer ao longo desses 25 anos?

    Houve muitas mudanças, mas elas ocorreram gradualmente. Esse tipo de coisa não acontece de repente. Nós começamos em 1985 com apenas sete estilistas participantes. Os desfiles aconteciam em uma arena de circo que a gente alugava na época. E então o evento passou a crescer e a mudar a cada estação, até ficar do tamanho que tem hoje.

    Quais os diferenciais da moda espanhola?

    Não acho que há algo específico sobre a moda espanhola. Muitos de nossos designers poderiam mostrar suas coleções em outros lugares do mundo. Há vinte anos, um estilista nosso fez coisas que vi há dois anos em um desfile do Jean Paul Gaultier. As coisas vão e voltam. Claro que existem os designers que têm um toque a mais, que de certa forma representam o país, mas a Espanha não é diferente do resto do mundo.

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